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Crescem os registros de crimes digitais e reais com uso do Pix

Para professor, a ferramenta em si é segura, mas é importante estar atento e ter cuidado; Banco Central já começou a adotar medidas de segurança no Pix

às 19h59
Criminosos passaram a usar o Pix para fraudes e vendas falsas, além de pedir dinheiro se passando por parentes de vítimas (Reprodução/Unafisco Nacional)
Criminosos passaram a usar o Pix para fraudes e vendas falsas, além de pedir dinheiro se passando por parentes de vítimas (Reprodução/Unafisco Nacional)
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Os crimes digitais vêm ganhando cada vez mais destaque nos noticiários nacionais. O Pix, sistema instantâneo de pagamentos do Banco Central (BC), vem sendo alvo de estelionatários e de grupos criminosos, que praticam delitos como sequestro relâmpago e de dados, clonagem de contas em aplicativos de mensagem e falsas vendas em diversos estados brasileiros.

O professor Ronaldo Marinho, do curso de Direito da Universidade Tiradentes (Unit Sergipe), aponta que houve um aumento considerável dos crimes cibernéticos em 2020, mesmo sem a existência de dados nacionais consolidados. Ele cita dados da Secretaria da Segurança Pública de Sergipe (SSP/SE), cujos boletins de ocorrência de crimes do tipo saltaram de 439 em 2019 para 2.010 em 2020 e depois, neste ano, para 2.698. O aumento é superior a 500%. 

O Pix começou a fazer parte da vida bancária dos brasileiros em novembro de 2020. O professor, que também é delegado da Polícia Civil de Sergipe, acredita que a pandemia, juntamente com as ferramentas de denúncia aprimoradas, foram os principais fatores. “Isso se dá por uma série de fatores, mas ainda não há um estudo detalhado para identificar os fatores que levaram a esse aumento. “Acreditamos que sim, a pandemia influenciou nesses dados, não somente por ampliar a possibilidade de prática de crimes por meio da Internet, porque as pessoas estavam mais tempo em casa. Mas, também, porque as próprias instituições abriram a possibilidade de fazer os boletins de ocorrência de forma online”, explica Ronaldo. 

Se antes a atenção dos criminosos era para as transferências TED e DOC, já existentes no sistema bancário, agora com a instantaneidade e fluidez do Pix, os crimes foram adaptados. “A nova ferramenta atraiu a atenção dos estelionatários que além dos crimes de fraude e vendas falsas, clonam e sequestram contas de WhatsApp pedindo dinheiro a parentes e amigos da vítima que, muitas vezes, por acharem que é, de fato, aquela pessoa, acabam caindo”, explica o professor, que diz ainda ser comum também as pessoas receberem ligações ou mensagens que simulam uma empresa pedindo um código, senhas e informações pessoais. “As empresas não fazem isso; e por mais que a ferramenta, em si, seja segura, é importante estar atento e ter cuidado”, adverte.

Pix limitado 

Em uma medida de segurança recente, o Banco Central limitou em até R$ 1 mil as transferências Pix realizadas entre 20h às 6h do dia seguinte. Ela foi adotada após alertas das autoridades policiais para o grande número de ocorrências visando combater golpes, fraudes digitais, assaltos e sequestros já ocorridos em alguns estados. Para Marinho, “essa limitação visa evitar esse tipo de problema” para os usuários do Pix. 

Asscom | Grupo Tiradentes

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