Propagação de fake news, discursos violentos e de ódio, polarização e rixas políticas são atualmente alguns dos maiores inimigos das redes sociais e das big techs como Meta, Google e YouTube. Essas grandes empresas que dominam o mundo virtual tentam combater, especialmente em tempos de pandemia, o aumento das fake news relacionadas à Covid-19 e todos os conteúdos que possam vir a prejudicar a disseminação de conteúdos verídicos.
Em uma postagem realizada pelo blog “Internautas Cristãos”, é explicado que muitos usuários de redes sociais “fogem” das big techs como forma de fugir da “censura” e, como justificativa, utilizam do discurso da liberdade de expressão para a livre discussão de “verdades bíblicas” e da preocupação com a “manipulação política” presente em grandes redes como o Facebook. Por fim, listam redes sociais alternativas para o uso livre, de acordo com suas crenças, mas que muitas vezes podem incitar discursos violentos e fake news.
Entre os exemplos de redes alternativas que vêm sendo usadas para espalhamento de falsas notícias e permissão de discursos de ódio, estão a Parler, que já foi referência entre a extrema direita política dos EUA; a Clapper, classificada como uma versão conservadora do TikTok e a Rumble, plataforma de vídeos que permitia conteúdos sobre atividades ilegais e incitação a violência.
No Brasil, essas redes alternativas, como as já mencionadas e outras como o GETTR, o CloutHub, e Telegram foram utilizadas por blogueiros conservadores e apoiadores de extrema direita para propagarem desinformação. O GETTR é uma plataforma de mídia social criada pelo americano Jason Miller, ex-porta-voz do presidente Donald Trump. Uma versão beta da plataforma estreou em 1 de julho de 2021 com visual bastante semelhante ao do Twitter. O CloutHub se apresenta como uma rede social imparcial para pessoas envolvidas em questões cívicas, sociais e políticas significativas, causas e campanhas com as quais se importam. Já o Telegram é uma rede social de mensagens com diversas funcionalidades, inclusive um “chat secreto”, que apaga tudo o que foi conversado para todos os participantes, como se não houvesse existido.
Medidas adotadas
Todas essas redes passaram, recentemente, a adotar moderação na sua política de privacidade, devido à grande pressão das Big Techs sobre elas. Os conglomerados adotaram essa medida por entenderem que a presença dos discursos de ódio e de notícias falsas nas plataformas podem prejudicar o progresso que alcançaram face a esses problemas. Por outro lado, as redes alternativas cederam por medo de serem desplataformizadas, ou seja, de perderem o domínio virtual – o que aconteceu temporariamente com a Parler no início de 2021 – e ser extintas devido à falta de censura a conteúdos prejudiciais à sociedade como um todo, além de temerem punições por manterem conteúdos problemáticos em suas plataformas.
Algumas das estratégias utilizadas pelas próprias grandes empresas de tecnologia de combate a fake news e discursos de ódio foram a restrição aos seus conteúdos, juntamente com um link que direciona a site com informações verídicas acerca da postagem em questão em redes como Meta (Facebook e Instagram); o banimento de conteúdo que incitam discurso violento e odioso e a desmonetização de conteúdos não verídicos no YouTube.
Asscom | Grupo Tiradentes
com informações do El País Brasil