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Dia da Ciência e Cultura brasileira: o que temos a comemorar

Com os cortes sucessivos nas duas áreas do conhecimento aliadas da educação, produzir ciência e a cultura no Brasil virou movimento de resistência

às 14h00
Reprodução: Adobe Stock
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No dia 5 de novembro, as comemorações vão para a Ciência e Cultura brasileira, o dia foi instituído em 1979 em homenagem ao aniversário do jornalista e político baiano Rui Barbosa. O caráter da data é de incentivo às produções científicas e fomento a projetos culturais, estes movimentos relacionam-se na sociedade e se retroalimentam numa cadeia de conhecimento, da sociedade para a sociedade.

Especialistas consideram que uma comunidade que se enxerga através do conhecimento fica menos vulnerável ao senso comum e imposições de regimes totalitários.

Hoje no país, ambos movimentos desempenham com resistência seus papéis. Com corte de investimento de quase 90% no último mês, a Ciência Brasileira sobrevive por um fio, beirando a estagnação de projetos que desenvolvem o futuro do país.

Os cortes na área da ciência vêm se agravando desde 2017, quando durante o governo do presidente Michel Temer foi aprovada a PEC (Projeto de Emenda à Constituição) de número 55, que congelou os gastos públicos e reduziu em 44% o investimento da Ciência, com isso, os equipamentos quebram, os materiais faltam e geram uma situação de calamidade, fazendo com que as produções científicas sejam exportadas e desenvolvidas em outros países, ou, como em outros casos, os cientistas seguem outros caminhos profissionais pela falta de recursos.

A Cultura segue um caminho bem parecido, desde que o ministério da cultura foi reduzido a uma secretaria vinculada ao Ministério do Turismo pelo atual governo, os cortes são sucessivos no orçamento que fomenta a produção cultural e também que se destinam a manutenção e preservação de museus, bibliotecas, cinematecas, teatros e demais polos culturais.

São apontados pelos setores culturais e científicos como reflexos do descaso dos governos: o incêndio do Museu Nacional no Rio de Janeiro, que possuía um grande acervo natural, cultural e artístico em 2018, e o mesmo ocorrido com a Cinemateca, localizada no estado de São Paulo, que armazenava cerca de 1 milhão de documentos da antiga Embrafilme, roteiros, arquivos impressos e cópias de filmes.

Somente neste ano, o governo federal cortou 78% da pasta da cultura, valor que ultrapassa R$ 9 bi, agora a pasta conta com apenas 2,5 bi. Os cortes expressivos são vistos pelo setor cultural como retaliações a classe que é majoritariamente contrária às políticas do executivo federal. 

Em recente entrevista ao programa Roda Viva, da Tv Cultura, o ator e diretor Wagner Moura teceu críticas ao governo quando perguntado sobre o rumo que o audiovisual brasileiro tomou, “o audiovisual brasileiro existe graças à presença dos streaming no Brasil. A burrice do governo Bolsonaro está em não entender que a cultura é uma indústria que gera emprego e renda”, completa afirmando que a cultura brasileira gera mais emprego que o setor automobilístico que recebe incentivos fiscais maiores.

O setor cultural atualmente possui o menor investimento desde 2003, quando durante o primeiro governo petista, o ex-presidente Lula adota como prioridade os incentivos fiscais a polos e patrimônios culturais, e através do Ministério da Cultura, liderado na época por Gilberto Gil, foram executados projetos voltados a comunidades afro-brasileiras e o reconhecimento do Patrimônio Cultural.

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