É de conhecimento público que o mosquito Aedes Aegypti, transmissor da dengue, do zika vírus e da chikungunya, adora água parada. Sempre que encontram um reservatório, por menor que seja, como as tampinhas de garrafa, eles aproveitam para depositar suas larvas e se proliferar, principalmente nos períodos mais quentes do ano.
Normalmente, o combate ao vetor dessas doenças acontece o ano todo realizado por campanhas de conscientização e agentes de combate às endemias. Entretanto, desde o início da pandemia de Covid-19, o Ministério da Saúde suspendeu tanto o Levantamento Rápido de Índices para Aedes aegypti (Lira-a), quanto as visitas dos agentes, visando evitar o contato com a população e a contaminação pelo coronavírus.
As medidas resultaram em aumento do número de casos dessas doenças, consideradas arboviroses urbanas, que são doenças causadas por artrópodes, dentre eles o Aedes aegypti. Vários estados brasileiros foram afetados. Pernambuco registrou 148% de aumento de casos nos primeiros meses de 2021 em relação ao mesmo período de 2020, Minas Gerais, Paraná, Rio Grande do Norte, Alagoas, Ceará e São Paulo também registraram o crescimento de pessoas infectadas.
Tanto a chikungunya quanto a dengue possuem sintomas semelhantes, como febre, fadiga e dor no corpo, Inicialmente eles podem ser confundidos com a Covid-19. A diferença é que os sintomas respiratórios, como coriza, nariz entupido, são característicos apenas pela Covid-19, assim como a falta de ar e ausência de olfato e paladar.
O aumento do registro de casos de ambas doenças aconteceu, principalmente pela falta de vigilância com os criadouros do mosquito, como pratos e vasos de plantas que acumulam água, garrafas, pneus, baldes e reservatórios de água, etc. Também o Lira-a tem importância para o controle dessas endemias, pois permite identificar onde estão concentrados os focos do mosquito em cada município e revelar quais os principais tipos de criadouros predominantes. Os resultados contribuem para saber em quais locais o trabalho de prevenção e combate devem ser reforçados.
O Ministério da Saúde ainda não informou quando os índices e as campanhas de informação à população devem retornar.
Asscom | Grupo Tiradentes