A importância da mulher na sociedade é inquestionável, em vista de sua relevância nas mais diversas áreas. Na ciência não é diferente, porém seu protagonismo ainda é pequeno. Segundo pesquisa divulgada em 2020 pela Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura), apenas 40,3% das pessoas que desenvolvem pesquisa no Brasil são mulheres.
A professora e pesquisadora Janaína Junkes, do Programa de Pós-Graduação em Sociedade, Tecnologias e Políticas Públicas (Sotepp) do Centro Universitário Tiradentes (Unit Alagoas), afirma que ter mulheres que inspiram e que ajudam na escolha da profissão é importante para aumentar a presença delas na ciência.
“A área de exatas ainda é vista como uma área muito masculina. Isso pode ser verificado no dia a dia das universidades, onde o percentual de mulheres nos cursos de exatas ainda é baixo. Poucas pessoas sabem que quem inventou a base para o wi-fi foi uma mulher, ou ainda que outra mulher, Marie Curie, tem dois prêmios Nobel e é considerada a “mãe da Física Moderna” por exemplo”, destaca Janaína.
Viver de ciência é um grande desafio para qualquer pesquisador ou pesquisadora no Brasil, já que, além de desenvolver sua pesquisa, é preciso estar atento em conseguir financiamento, manter laboratórios, orientar e ter alunos dispostos a assumir os desafios da ciência.
“Aliar tudo isso ao descrédito que as mulheres ainda sofrem de forma geral, realmente amplifica a dificuldade. Num mundo onde a disputa é acirrada, tirar uma licença maternidade por exemplo, faz com certeza você ficar para trás nessa corrida injusta”, enfatiza Junkes.
Para a pesquisadora do Sotepp, é necessário fomentar a representatividade e os exemplos femininos em todas as áreas. “Mostrar através de ações continuadas, como propagandas em veículos de TV e palestras sobre profissões em escolas com muitos exemplos, mostrando as mulheres em diferentes profissões nos campos da ciência e como chegaram até lá faz a diferença”, conclui.
Asscom | Grupo Tiradentes