As gerações mais antigas ficaram impressionadas com Rosie, a empregada doméstica robô de Os Jetsons, famoso desenho animado lançado em 1962 pelos americanos William Hanna e Joseph Barbera. Alguns dos itens vistos no desenho futurista, já fazem parte da nossa realidade, como os tablets, esteiras rolantes, televisões de tela plana, relógios inteligentes, chamadas de vídeo, assistentes pessoais (Siri, Google e Alexa) e, ainda que parcialmente, o robô que tira a poeira do chão. Todos esses avanços foram possíveis graças à tecnologia e ao avanço da robótica.
A robótica é a ciência que estuda o uso de tecnologias em máquinas, computadores, softwares e sistemas de controle mecânico e automático. O termo foi criado pelo dramaturgo tcheco Karel Capek em 1921 e foi utilizado pela primeira vez em sua peça de teatro R.U.R., que encenava humanos artificiais, mas foi apenas em 1950, com o livro Eu, Robô, do russo naturalizado americano Isaac Asimov, que o termo se popularizou.
Mas a automação de seres não-naturais, com alguma vontade própria, já estava presente no imaginário das pessoas desde os tempos do artista e inventor italiano Leonardo Da Vinci, como explica o professor Pedro Ivo da Silva Oliveira, do curso de Engenharia Mecatrônica do Centro Universitário Tiradentes (Unit Alagoas). “Ele possuía projetos de mecanismos que buscavam emular algum tipo de movimento automático e independente da ação humana e também do comportamento animal. Esses estudos eram guiados pela curiosidade, então não eram aprofundados para ajudar os seres humanos em questões complexas, como acontece nos robôs atualmente”, pontua ele.
De acordo com o professor, a robótica está estritamente ligada à evolução e revolução dos computadores e suas teorias, sendo que a indústria foi uma das áreas mais beneficiadas. “A indústria é um setor que absorveu muito eficientemente a evolução robótica e o cenário é completamente diferente de anos atrás no quesito da produção”, comenta.
Foi em 1954, com o americano George Devol, que o primeiro robô foi criado: o Ultimate, destinado à indústria e que auxiliava na montagem de carros na fábrica automotiva General Motors. Ele pesava 1,8 tonelada e os seus comandos eram gravados em fitas magnéticas. Com a evolução, em 1969, surgiu o primeiro manipulador robótico, dispositivo usado para manipular materiais sem contato físico direto do operador, controlado por computadores e circuitos eletrônicos. Era o Stanford.
Todos esses avanços aconteceram também por conta do desenvolvimento da Inteligência Artificial (IA). “Que também ditou a evolução dos robôs, por possibilitar que eles dependam menos ainda das configurações realizadas pelos seres humanos. Grandes empresas multinacionais do ramo da tecnologia, como Google, Amazon, Boston Dynamics, entre outras, implementam IA na concepção dos seus robôs”, acrescenta Pedro Ivo.
Cada vez mais a robótica alcança novos avanços, mas o engenheiro mecatrônico avalia que estamos longe de uma realidade com robôs que realizam tarefas domésticas e carros voadores, como nos Jetsons, ou mesmo um suposto domínio dos robôs sobre os humanos, mostrada em filmes como Matrix ou seriados como Better Than US. “Há quem defenda essa visão tão pessimista da área, mas é sabido que também tem muita mística envolvida, principalmente quando se conhece a área da inteligência artificial mais a fundo. Não é para tanto, ainda mais porque alguns cuidados com a utilização responsável dos robôs deverá ser cuidadosamente observada nos próximos anos”, acredita Ivo, referindo-se a normas éticas que já começaram a ser discutidas por especialistas.
Asscom | Grupo Tiradentes