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Projetos com participação do Grupo Tiradentes combatem a homofobia

Parcerias com ONGs e órgãos públicos permitem que alunos e professores atuem em iniciativas contra a homofobia e de acolhimento a pessoas da comunidade LGBTQIA+

às 19h24
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Entrentar a discriminação contra a comunidade LGBTQIA+ vai muito além do que é debatido no 17 de maio, Dia Internacional de Combate à Homofobia. Nesta data, em 1990, a Organização Mundial de Saúde (OMS) deixou de considerar a homossexualidade como doença, revisando a Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados com a Saúde. Uma decisão que impulsionou as lutas e ações pelo fim do preconceito e do desrespeito. O Grupo Tiradentes também se engaja em várias ações em defesa da população LGBTQIA+, através de parcerias em projetos de extensão com envolvimento dos alunos e professores das instituições mantidas pela companhia. 

Um deles é o Transcidadania, realizado em Maceió pelo Núcleo de Práticas Jurídicas (NPJ) da Unit Alagoas, em parceria com o Tribunal de Justiça (TJAL) e a Defensoria Pública (DPE/AL). Ele auxilia pessoas transexuais e transgêneras em processos judiciais que pedem a retificação de suas identidades, a fim de que tenham seus nomes sociais em documentos oficiais. Em sua edição mais recente, realizada em dezembro de 2020, cerca de 30 pessoas foram contempladas pelo projeto. 

“O intuito é trazer à população transgênera uma oportunidade de resolução de problemas quanto ao seu registro civil e os decorrentes deste, uma vez que, em vários relatos, muitas pessoas perdem oportunidades de empregos, são marginalizadas e discriminadas por causa do nome”, explica a professora Mariana Falcão, coordenadora do NPJ/AL. Um novo mutirão do Transcidadania está marcado para o próximo dia 22 de maio, durante o XIV Fórum de Desenvolvimento Regional, com audiências realizadas por videoconferência.

Um projeto semelhante é o Transjus, do NPJ da Unit Sergipe, criado em 2017 para prestar assistência jurídica à população trans e auxiliar o trabalho de grupos e instituições de defesa. Mas este não é o único com participação da unidade. Professores e alunos do curso de Psicologia participam da ONG Projeto Remonta, em Aracaju, que mantém uma clínica para atender pessoas da comunidade LGBTI+ que estejam em situações de risco ou vulnerabilidade social/econômica. 

O Remonta atende a uma demanda crescente de pessoas que sofrem com rejeição, abandono e conflitos nos ambientes familiares ou profissionais. “Vivemos em um dos países mais LGBTfóbicos do mundo e com uma desigualdade social que mata e adoece todos os dias. A oportunidade de manter o constante estudo, pesquisa e trabalho sobre gênero e sexualidade reforça que nós da Psicologia devemos trabalhar para além dos conceitos entre saúde/doença. Precisamos formar profissionais engajados de forma social e ética. Não há cura para o que não é doença”, afirma a professora Dayanne Figueiredo, integrante da equipe do Remonta e preceptora de estágios do curso da Unit SE.

Na clínica do projeto, são oferecidos atendimentos psicossociais de baixo custo (a depender da disponibilidade financeira), vagas de atendimento voluntário, cursos profissionalizantes para pessoas trans e travestis, e outras atividades artísticas e de capacitação. A partir de uma parceria, alunos de Psicologia podem atuar no Remonta, fazendo o estágio básico nas áreas de Psicologia Social e Saúde Mental. “Apesar da suspensão dos atendimentos presenciais, conseguimos dar continuidade aos nossos trabalhos através do formato on-line, o que nos possibilitou criar mais parcerias, ampliar o número de vagas de atendimento e assistir pessoas de várias partes do país”, destacou Dayanne. 

Atendimento diferenciado

Em Pernambuco, os alunos de Medicina da Faculdade Tiradentes (Fits) de Jaboatão dos Guararapes criaram um projeto de extensão para o Ambulatório LGBT mantido pela rede pública municipal e voltado a usuários do Sistema Único de Saúde (SUS). Nele, são oferecidos serviços como consultas, testes rápidos para Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST), como HIV/AIDS, e orientações de modo geral. Trata-se de uma das poucas unidades de saúde do Estado a ter acolhimento especializado LGBTQIA+. O projeto, aprovado neste ano, desdobrou-se do atendimento diário prestado no ambulatório. 

De acordo com Diego Felliphe Reis, vice-presidente da Liga Acadêmica de Saúde da Família e Comunidade (Lasec-Fits) e integrante do Ambulatório, uma das habilidades trabalhadas junto aos alunos e servidores é a escuta qualificada do usuário, que permite um atendimento humanizado e inclusivo, que entenda o paciente como um todo. 

“A escuta qualificada é fazer com que o ambiente fique favorável para que aquele paciente externalize tudo que sente, porque é um público que sofre preconceito, agressão, tem a questão da exclusão social em alguns casos, e a família, que não oferece apoio na maioria das situações. Os usuários precisam ir pra lá e ficarem extremamente à vontade pra falar todo e qualquer tipo de problema, seja de demanda física e/ou mental”, disse Diego.

Além de atender aos usuários, ele busca preparar profissionais da área e os próprios estudantes sobre os aspectos e demandas da saúde do público LGBTQIA+. Para Diego, o impacto na comunidade é bastante positivo. “A nossa expectativa é que consigamos, no decorrer do projeto, dobrar a quantidade de atendimentos em relação ao que é realizado hoje. Esperamos que isso seja só o começo e que, ao término do projeto, o ambulatório consiga ter uma demanda maior, porque ele tem muito potencial. Os profissionais que estão lá são extremamente comprometidos e têm muito conhecimento técnico sobre o tema”, concluiu o vice-presidente.

Asscom | Grupo Tiradentes

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