Com o avanço da vacinação no país, muitas empresas que adotaram o home office durante a pandemia já estão tomando as providências para o retorno do trabalho presencial. Mas, nesta volta ao escritório, há prós e contras que, segundo especialistas, devem ser observados e ponderados pelas corporações e seus colaboradores.
Enquanto que para alguns funcionários ter que se deslocar até o local de trabalho pode significar sair da zona de conforto de trabalhar em casa, perto de seus familiares e animais de estimação, para outros o momento do reencontro com os colegas e chefes que estavam há quase um ano e meio distantes fisicamente pode ser uma ótima notícia.
Uma pesquisa realizada pela consultoria Korn Ferry identificou que retornar à rotina do escritório será “difícil” e “estranho” para 70% dos entrevistados. Inicialmente, trabalhar em casa gerou dificuldade de espaço, de tentar manter a ergonomia, conexões da internet caindo, mas com o passar do tempo com o prolongamento da pandemia, as pessoas foram se adaptando ao ponto de saberem limitar a atividade do lar à atividade do home office, priorizando as atividades laborais no horário correto de trabalho.
“Todo novo processo gera dificuldades de adaptação. A necessidade do retorno à presencialidade nos causa um estranhamento porque ainda há um receio com a contaminação, o vírus ainda existe, é perigoso e, mesmo a vacinação tendo um avanço, muitas pessoas não se sentem seguras. Mas, de fato, voltar ao trabalho presencial ou híbrido (presencial e remoto), com atividades mistas, pode ser o ideal a depender da empresa onde o colaborador trabalha”, observou a coordenadora do Unit Carreiras, Maria Luísa Teodoro.
Neste momento, onde há o avanço da imunização, as empresas que realmente precisam dos colaboradores trabalhando presencialmente tiveram que fazer adaptações para poder recebê-los de volta, mesmo que de maneira híbrida. “Hoje, continuamos em pandemia, mas o estranhamento é inverso. Observamos que os prós e os contras vão existir em qualquer situação que seja posta para a gente. Vamos ter vantagens e desvantagens sempre”, destacou a coordenadora.
Orientações
Para Maria Luísa, o ideal é que antes do retorno às atividades presenciais, as empresas realizem um levantamento sobre o tipo de atividade que o colaborador ou o setor que ele trabalha, executa. “É interessante observar se a atividade que ele realiza pode ser realizada online, de forma remota, sem que haja prejuízo na produtividade e nas entregas do serviço ou produto. Há de fato a necessidade da presença de todo um time para executar uma atividade que tem como ser feita online?”, ressaltou.
A coordenadora do Unit Carreiras explica ainda que, neste levantamento, é preciso que a empresa observe, segundo seu ramo de atuação, qual a sua demanda, de que forma seu time de trabalhadores pode executar as tarefas e em quanto tempo deve dar o resultado final.
“Esse levantamento serve para poder tentar equilibrar essa necessidade da presença do profissional. A gente sabe que existem atividades que não têm como serem realizadas de modo 100% online. Mas, quanto menos uma empresa expõe seu capital social, que é o seu colaborador, a probabilidade de que ela consiga manter a produtividade equilibrada, ou finalizada, é maior”, afirmou.
Emocional
Dentro dessa questão de adaptação ao home office e readaptação ao trabalho presencial, entram alguns processos emocionais de o quanto vantajoso é trabalhar em casa ou retornar às atividades presenciais.
“Retomar o convívio diário com os colegas de trabalho é muito gostoso também, é importante para a nossa sanidade mental, inclusive. Mas, a gente percebe as pessoas num misto de emoções: muitas querem voltar à presencialidade, mas têm medo, mesmo tomando todos os cuidados e que a empresa tenha se estruturado com todos os protocolos sanitários”, frisou a coordenadora.
Por outro lado, existem aqueles que preferem continuar em home office, seja por uma questão de adaptação ou por outras questões pessoais que puderam ser melhor resolvidas enquanto estavam trabalhando em casa. “Às vezes, a pessoa tem um familiar com comorbidade e, em casa, ela podia dar mais suporte. Enfim, existe essa preocupação emocional e real da pessoa, mas, também, tem a necessidade do convívio diário com os colegas de trabalho, de ter uma rotina mais próxima das pessoas”, ressaltou.
Asscom | Grupo Tiradentes