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Saúde bucal de pessoas com deficiência visual é foco de projeto da Unit-PE

A atividade de extensão é fruto de iniciativa de alunos de Odontologia

às 14h14
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Segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad Contínua) de 2022, feita pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o Brasil tem 18,6 milhões de pessoas com 2 anos ou mais com alguma deficiência, o que representa quase 9% da população nessa faixa etária. Já a população com deficiência visual chega a quase 7 milhões de brasileiros, de acordo com a Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) de 2019, também do IBGE. Mesmo assim, a população cega ou com baixa visão, assim como as outras pessoas com deficiência (PcD), enfrenta problemas de inclusão social, inclusive no âmbito da saúde.

Pensando nisso, estudantes do curso de Odontologia do Centro Universitário Tiradentes (Unit-PE) — que fica localizado na Imbiribeira, ao lado do Geraldão — idealizaram a criação do projeto de extensão Promoção de Saúde Bucal para a Pessoa com Deficiência Visual. “Os alunos perceberam a falta de educação em saúde bucal para pessoas com deficiência visual e a escassez de estudos sobre o tema. Com isso, surgiu a ideia de criar uma iniciativa que levasse informações acessíveis a esse público, e também contribuísse para a produção de conhecimento científico”, diz Renata Patrícia, orientadora do projeto.

Objetivos

A professora pontua que entre os objetivos do projeto está a geração de um impacto positivo não apenas na saúde, mas também na inclusão social de pessoas cegas e com baixa visão. Para isso, o grupo pretende promover ações concretas com essa parcela da população. “O objetivo geral do projeto é fomentar a reflexão e o aprendizado sobre a saúde bucal, por meio da educação, entre pessoas com deficiência visual, residentes ou atendidas na Associação Beneficente dos Cegos do Recife (ASSOBECER), localizada no bairro de Afogados”, detalha.

Ações

Na primeira etapa do projeto, na qual os participantes se encontram atualmente, as ações estão voltadas para a realização de oficinas temáticas e a capacitação. “Essas oficinas incluem o consumo de documentários brasileiros, como ‘Janela da Alma’ e ‘Jogo Cego’, que oferecem reflexões sobre a experiência de viver com deficiência visual; a leitura, análise e discussão de artigos científicos e outras publicações; a promoção de atividades de sensibilização; e o estudo de questões relevantes para o projeto, como o sistema Braille, os recursos e estratégias eficazes já utilizados para educar em saúde bucal pessoas com deficiência visual, noções de orientação e mobilidade, entre outros temas”, pontua Renata.

A segunda fase, que será de planejamento, vai incluir a primeira visita do grupo à ASSOBECER, para conhecimento da real situação do público-alvo. “Com base nessas informações, serão criados e confeccionados os materiais pedagógicos e as tecnologias assistivas necessários”, destaca a orientadora. “Na terceira fase, focada na execução, serão promovidos diversos encontros para educar o público-alvo e seus familiares, cuidadores e profissionais de saúde, sobre saúde bucal. Além disso, o projeto incentivará a produção científica por parte de seus membros, contribuindo para o avanço do conhecimento na área”, complementa.

Benefícios

Para além da produção do conhecimento científico, Renata destaca outros benefícios do projeto para os estudantes. “Permite que coloquem em prática o que aprenderam em sala de aula, laboratórios, clínicas e oficinas temáticas, ganhando experiência no trato com diferentes públicos e desenvolvendo habilidades como empatia, trabalho em equipe e comunicação”, afirma. “Para o público atendido, o projeto oferece orientações sobre saúde bucal de forma acessível e adaptada, contribuindo para o cuidado com a saúde e a melhoria da qualidade de vida. Devemos lembrar que, com a prevenção adequada, podemos evitar a necessidade de reabilitação no futuro”, acrescenta.

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