O rendimento médio dos brasileiros com algum tipo de ocupação está encolhendo e atingiu o valor mais baixo desde 2017. É o que aponta uma pesquisa do IDados, feita com base nos indicadores da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad) do segundo trimestre realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Segundo o levantamento, no 2º trimestre de 2021, a renda média real do trabalho ficou em R$ 2.433, o que representa uma queda de quase 7% na comparação com o mesmo trimestre de 2020 (R$ 2.613), já descontada a inflação do período.
“A renda média ainda está em nível semelhante ao do valor pré-pandemia, mas é previsto um achatamento ainda maior ao longo dos próximos meses, em razão do elevado número de desempregados em busca de uma oportunidade e da retomada dos setores que concentram as remunerações mais baixas”, analisa o professor Werson Kaval, docente de MBA e Pós-Graduação nas áreas de Empreendedorismo, Inovação, Planejamento Estratégico e Gestão de Negócios/Startups do Centro Universitário Tiradentes (Unit Pernambuco).
Mesmo com a retomada total das atividades na grande parte dos setores da economia e o aquecimento ainda tímido nas contratações neste fim de ano, o cenário ainda é de 14 milhões de desempregados no Brasil. “Diante desse quadro a tendência é que as pessoas voltem ao mercado de trabalho subocupadas, ou seja, trabalhando menos horas do que gostariam e em empregos informais. Ou seja, com mais gente nesses empregos que pagam menos, o rendimento médio vai cair mais”, disse o professor da Unit.
Asscom | Grupo Tiradentes