A extensão universitária também pode ser um caminho importante para incentivar a criação e a implementação de políticas públicas. Isso se consolida através de parcerias com órgãos públicos e projetos que envolvem ações de inclusão social, responsabilidade social, meio ambiente, arte e cultura, esportes, tecnologia e inovação. Este caminho é o que vem sendo mais seguido nas atividades de extensão, uma vez que várias esferas do poder público somam-se a iniciativas da universidade para criar e executar as atividades em benefício da população.
De acordo com o coordenador de extensão do Centro Universitário Tiradentes (Unit Alagoas), Vítor Carnaúba, as parcerias com o poder público acontecem de forma ativa, quando a universidade busca órgãos e instituições do poder público para participar conjuntamente de projetos e ações já existentes, ou de forma passiva, quando os órgãos e as instituições procuram a instituição de ensino para firmar parcerias.
Elas acontecem ainda quando estudantes são convocados como voluntários para participarem de projetos e atividades diversas, o que permite aos envolvidos um aprendizado mais rico para todas as partes envolvidas. “O aprendizado é mútuo, tanto para os nossos alunos, como também para os professores e colaboradores participantes dessas atividades. Isso envolve os alunos cada vez mais com projetos e atividades dinâmicas que beneficiam diretamente a população, que também contribui para uma formação mais cidadã”, destaca Carnaúba.
Um exemplo prático do uso da extensão no incentivo às políticas públicas é o Projeto Proteção Integral, desenvolvido pela Unit Alagoas com o apoio do Ministério Público Estadual (MPAL) e outros órgãos jurídicos locais. Ele tem a participação direta e indireta dos alunos de direito, psicologia e medicina da instituição de ensino, com o objetivo principal de trabalhar na prevenção à violência doméstica e sexual contra crianças e adolescentes. A iniciativa já beneficiou mais de 50 crianças alagoanas.
Outro exemplo vem de Sergipe: o projeto Reformatório Penal, desenvolvido pela Universidade Tiradentes (Unit Sergipe) em parceria com a Defensoria Pública do Estado, oportuniza o acesso à justiça gratuita para condenados ou egressos do sistema prisional que precisam rever seus processos, mas não dispõem de um advogado ou defensor público. Aqui, entram os estagiários de Direito, que fazem as revisões, orientados por defensores públicos e por professores do curso. Só em 2021, de janeiro a maio, os membros do projeto produziram mais de 830 peças processuais, contra 1.418 de todo o ano de 2020.
Iniciativas como esta mostram que as universidades particulares também podem ser grandes parceiras do poder público na implementação de políticas públicas. “Hoje, o poder público precisa muito da contribuição das universidades, visto a capacidade técnico-científica, a preocupação com a formação cidadã. É uma garantia de que esses futuros profissionais terão mais habilidades de comunicação com as pessoas, com a sociedade de uma forma geral, prestando um serviço de forma humanizada e igualitária para todos”, define o coordenador.
Asscom | Grupo Tiradentes