Em um mundo repleto de informações conflitantes sobre alimentação e dietas, é fácil cair na armadilha do “terrorismo nutricional”, termo que refere-se à tendência de exagerar e propagar mensagens alarmantes sobre o que deve-se ou não comer, levando, muitas vezes, a escolhas alimentares extremas e prejudiciais à saúde. “Trata-se de uma condição totalmente anômala da nutrição humana, na qual as pessoas são instigadas a ver o alimento apenas pelo rótulo, pelo seu conteúdo de nutrientes, pelo seu conteúdo de compostos ativos”, explica Tâmara Gomes, coordenadora do curso de Nutrição do Centro Universitário Tiradentes (Unit-PE), localizado na Imbiribeira, ao lado do Geraldão.
Para a profissional, o alimento é muito mais do que isso e representa história, memórias afetivas, questões políticas, sociais, culturais e ancestrais. “Então, reduzir um alimento, que tem uma história e um objetivo dentro da nossa cultura alimentar, a apenas o conteúdo nutricional, é um crime. É o que temos tentado combater, porque entramos na era que chamamos de medicalização dos alimentos”, complementa.
A dica é buscar conhecimento
É possível fugir desse ideal e adotar um equilíbrio saudável em relação à alimentação. De acordo com Tâmara, o primeiro passo é buscar conhecimento confiável sobre nutrição através de profissionais da área. Se surgirem dúvidas sobre sua dieta ou nutrição, o recomendado é a orientação de um nutricionista ou médico, que poderão oferecer conselhos personalizados com base em suas necessidades individuais.
Também é importante entender que o excesso faz mal. “Um brigadeiro, por exemplo, não pode ser considerado um terror, pois ele não é capaz de destruir os hábitos saudáveis, que são construídos a partir de boas escolhas, de um comportamento alimentar saudável, sem neuras, sem ideias de terrorismo nutricional, com prática de atividade física de maneira adequada, com sono adequado e com consumo de água adequado”, pontua.
Além disso, é preciso estar atento a promessas que oferecem resultados rápidos. Outra dica é encarar a comida como uma fonte de nutrição e prazer e não como inimiga. “Evitar o terrorismo nutricional é essencial para desfrutar de uma dieta nutritiva e prazerosa, sem sucumbir a pressões exageradas ou mitos alimentares”, finaliza.