Um bom repertório sociocultural mostra-se de extrema importância em momentos em que é necessário discorrer ou opinar sobre determinado assunto. Ter essa base de informações culturais e sociais é fundamental para ter um bom conhecimento de mundo e ter opiniões formadas a respeito de diversos assuntos, o que permite o desenvolvimento do pensamento crítico. Uma maneira de construir esse repertório é através do intercâmbio. Ao estudar fora do país, o intercambista passa a ter contato com uma nova realidade, uma nova cultura e um novo idioma, o que aumenta a visão de mundo.
Karina Paz, supervisora de Carreiras do Centro Universitário Tiradentes (Unit-PE) — localizado na Imbiribeira, ao lado do Geraldão — afirma que a experiência de estudar em um outro país é muito relevante para a formação de conhecimentos. “A importância do aluno que vai para o intercâmbio é ele entender um pouco daquela cultura que ele vai vivenciar lá. Então, a gente sabe que sempre é uma novidade. Ele sempre vai encontrar algo diferente, culturalmente falando, estruturalmente falando”, pontua.
Conhecer a cultura
Para evitar um choque cultural muito grande, Karina indica ainda que o intercambista procure saber um pouco sobre a cultura do país de destino antes mesmo de viajar. “Ele está saindo daqui, do país em que nasceu e foi criado e está indo para outro, totalmente diferente, sem conhecimento, sem amizade, sem família. Então, nessa distância, ele precisa entender um pouco, minimamente, de como é que funciona a cultura de lá. Se existe algum tipo de costume muito específico. Como é a gastronomia daquele lugar? Quais são os pontos turísticos? O que ele leva em consideração referente à cultura dele?”, destaca.
Karina reforça ainda que conhecidos que já tenham ido para aquele país também podem ajudar a conhecer a cultura local. Segundo ela, alguns estudantes da Unit-PE que fazem o intercâmbio acabam se hospedando na casa de algum parente ou conhecido no país de destino, o que facilita a receptividade. “Mas todos os alunos que vão para a Mobilidade Acadêmica possuem uma pessoa de referência da faculdade que eles podem procurar. É uma pessoa de contato conosco aqui no Brasil. Então, é uma pessoa de suporte para eles no que precisarem. E também, em paralelo a isso, têm o nosso suporte aqui no Brasil, nas orientações no acolhimento, no acompanhamento com eles”, enfatiza.
Outras dicas
Uma outra maneira de expandir o repertório é através da leitura, que também proporciona a ampliação do vocabulário e a melhoria na escrita. É possível ler autores clássicos ou mesmo contemporâneos, a depender do gosto de cada um. Mas, em se tratando de intercâmbio, tentar ler alguma obra na língua do país de destino pode ajudar a entender a cultura local, além de ajudar a melhorar as habilidades naquele idioma.
Assistir filmes e documentários é um outro jeito de aumentar essa bagagem sociocultural, já que muitos deles, mesmo os fictícios, trazem reflexões sobre contextos históricos e sociais. Assistir a telejornais ou consumir notícias em qualquer outro tipo de mídia também é crucial. Materiais jornalísticos servem para manter o público informado sobre assuntos atuais e de relevância, o que também enriquece o repertório sociocultural. Além disso, as notícias ajudam a entender o contexto social e histórico do país em que o intercambista vai estudar.
Por fim, conhecer realidades diferentes, em especial do país de destino, contribui para uma formação social e cidadã. Prestar atenção em pessoas em situação de vulnerabilidade social ou de pobreza, que muitas vezes são ignoradas, fornece uma visão mais ampla sobre os problemas da sociedade. Somado a isso, buscar informações sobre o que leva essas pessoas a essas condições também é um ótimo caminho para entender esses problemas e até mesmo para buscar solucioná-los.