Cataclísmico. Assim, é a definição da Organização Internacional do Trabalho (OIT) a respeito dos impactos da pandemia da Covid-19 no universo do trabalho. Uma crise mundial que, de acordo com o levantamento realizado pela instituição, é muito maior e mais nociva que a crise financeira de 2008/2009.
Os efeitos negativos da crise instituída pelo coronavírus ainda em 2020, foram segundo a OIT, acentuados em 2021. Com isso, as projeções não são nada animadoras e indicam que ao menos 220 milhões de trabalhadores ao redor do mundo deverão permanecer sem emprego neste ano. Além disso, as perdas no universo do trabalho, levarão anos para serem compensadas e, com isso, todo esse processo de recuperação de postos e da Economia, será marcado pela desigualdade.
“Mesmo sabendo da imposição do mercado que diz que ninguém é insubstituível, a verdade é que muitos, ou mesmo, todos são indispensáveis. Além dessa grave questão do desemprego de milhões de pessoas, as quais foram afetadas diretamente por essa crise sem precedentes desencadeada pela pandemia, um levantamento preliminar publicado pelo Instituto Brasileiro de Economia (IBRE–FGC), em outubro de 2020, traz um outro viés dessas perdas para o mercado de trabalho. Conforme divulgado pelo estudo, os quase 160 mil mortos pelo covid-19 no Brasil eram filhos, pais, mães e avós, mas também eram professores, médicos, enfermeiros, engenheiros, prestadores de serviços ou aposentados pensionistas, por exemplo, que contribuíam para o sustento de suas famílias e para movimentar a economia do país”, afirma o professor Werson Kaval, docente de MBA e Pós-Graduação nas áreas de Empreendedorismo, Inovação, Planejamento Estratégico e Gestão de Negócios/Startup’s da Unit Pernambuco.
O processo de recuperação econômica e consequentemente de postos de trabalho é outro desafio. De acordo com a análise da OIT, esse será um cenário marcado por grandes desigualdades, onde em alguns pontos do mundo a Economia irá girar rapidamente gerando empregos com a mesma velocidade, mas em outros locais, o processo será moroso e difícil.
“Os processos que são desencadeados em um período pós-crise não são fáceis, mas da mesma forma que a pandemia acentuou desigualdades sociais e econômicas no Brasil e no mundo, essa recuperação ocorrerá da mesma forma”, analisa o professor.
Asscom | Grupo Tiradentes