Um encontro voltado a educadores com foco na discussão das mudanças promovidas pelo novo currículo do Ensino Médio. Este foi o objetivo do Simpósio Educacional realizado na tarde da última sexta (26), no auditório da Unidade Nossa Sra. do Carmo, da Faculdade Integrada de Pernambuco – UNIT, na Boa Vista.
O evento contou com a participação do secretário estadual de Educação, Fred Amâncio, do secretário de Educação Básica, do Ministério da Educação, Rossieli Soares e do ex-secretário de Educação de Pernambuco e atual diretor do Instituto Ayrton Senna, Mozart Neves Ramos.
Na abertura do evento, o secretário estadual de Educação, Fred Amâncio comentou sobre o momento atual da educação básica no Brasil e as profundas transformações que vem ocorrendo no setor, a exemplo de iniciativas como: o Novo Ensino Médio e a Base Nacional Comum Curricular (BNCC).
“São dois temas que vão impactar profundamente a educação do Brasil nos próximos anos, e hoje iniciamos um processo de discussão para entender de que forma essas mudanças vão ocorrer, e como os gestores, sobretudo os de escolas particulares, devem estar aptos a analisar este cenário e planejar a adequação de suas instituições às demandas dos novos tempos. Uma coisa é certa, a educação da forma como nós conhecemos vai mudar completamente”, explicou o secretário Fred Amâncio.
Em seguida, o ex-secretário de Educação de Pernambuco e atual diretor do Instituto Ayrton Senna, Mozart Neves Ramos falou sobre a alternativa que a reforma dará aos jovens que estão concluindo o Ensino Médio. “Ao sair do 2º grau, os alunos encontram inúmeras dificuldades para ingressar numa universidade pública, a demanda é muito grande. Coma a reforma, eles poderão ter outra opção”, explicou.
Ainda segundo Mozart Neves, o cenário atual do Ensino Médio no Brasil é crítico. “Indicadores mostram que estamos falhando na educação de nossos jovens, além de produzir mais desigualdade e estimular o abandono escolar”, salientou.
“Nos últimos 30 minutos, 30 alunos abandonaram o Ensino Médio. 1 aluno abandona o Ensino Médio a cada minuto. Isso equivale a 500 mil alunos por ano, e se pegarmos o per capita são R$ 6 mil, equivalente a R$ 3 bilhões por ano. Se considerar o abandono juntamente com reprovação, o Brasil tem uma perda anual de R$ 23 bilhões, é muito dinheiro, é um sistema que não está funcionando”, completou Mozart Neves Ramos.
Ao final do evento, o secretário de Educação Básica, do Ministério da Educação, Rossieli Soares abordou o Novo Ensino Médio, que dentre outras mudanças, prevê a ampliação progressiva da carga horária (de 800 para 1.400 horas), currículo voltado a formação integral do aluno, com foco nos aspectos físicos, cognitivos e socioemocionais.
“Vocês (escolas privadas) precisam olhar para a frente e fazer o exemplo para esse país como a gente está buscando incentivar. A grande reforma no Ensino Médio não é a lei, ela é a partir de agora, quando construírem as propostas curriculares, quando quais são as soluções e ações que gostariam de ter dentro de suas escolas. Precisamos de coragem para buscar um caminho diferente”, ressaltou Rossieli Soares.