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Estudo investiga risco de câncer em fumantes através da urina

Segundo estimativas da OMS, um terço da população mundial adulta, em torno de 1 bilhão e 200 milhões de pessoas sejam fumantes.

às 13h51
O tema fez parte da tese de Doutorado em Tecnologias Energéticas Nucleares, pela UFPE, do coordenador da graduação em Radiologia, da UNIT, professor Carlos Eduardo de Oliveira
Coordenador de Radiologia, prof. Carlos Eduardo
Coordenador de Radiologia, prof. Carlos Eduardo
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O tabagismo é considerado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) a principal causa de morte evitável em todo o mundo. Segundo estimativas do órgão, um terço da população mundial adulta, em torno de 1 bilhão e 200 milhões de pessoas sejam fumantes.

Contendo cerca de 4.720 substâncias presentes apenas na fumaça dos derivados do tabaco (cigarro, charuto e narguilé), o vício é responsável por aproximadamente 50 doenças diferentes, dentre câncer de pulmão, garganta e boca, além de doenças respiratórias, a exemplo do enfisema, bronquite e cardiovasculares (infarto e angina).

Números tão elevados chamaram a atenção para realização de uma pesquisa, que investiga a correlação entre as doenças e o consumo do cigarro, através da análise de indicadores naturais existentes no organismo, os bioindicadores, no caso a urina.

O tema fez parte da tese de Doutorado em Tecnologias Energéticas Nucleares, pela UFPE, do coordenador da graduação em Radiologia, da UNIT, professor Carlos Eduardo de Oliveira.

Com o tema “CHUMBO-210 E FREQUÊNCIA DE MICRONÚCLEOS EM CÉLULAS ESFOLIATIVAS DA URINA DE FUMANTES E NÃO FUMANTES”, a análise evidenciou a exposição de fumantes a uma gama de substâncias tóxicas que podem modificar o DNA e provocar efeitos a longo prazo, como o desenvolvimento de certos tipos de câncer.

Segundo o docente, a escolha pelo tema se deu pela necessidade de monitorar substâncias presentes no cigarro, como o Chumbo– 210 e o Polônio-210, conhecidos como radionuclídeos (substâncias radioativas), que facilmente contaminam usuários do tabaco.

“Com a pesquisa, conseguimos realizar o controle da toxicidade utilizando os exames de urina e até prevenir possíveis doenças que possam acometer quem fuma. Portanto há a necessidade de acompanhar indivíduos que tenham contato com os radionuclídeos, conhecidos por serem naturais. O contato com a radiação natural é responsável por 60% dose recebida pelo homem e por isso deve ser controlada para se evitar efeitos a longo prazo, segundo a Agência Internacional de Proteção Radiológica”, explicou.

Para o professor Carlos Eduardo, a grande contribuição da pesquisa foi a de esclarecer os efeitos do tabagismo nos fumantes.

“Acreditamos que em futuro próximo um teste simples de urina possa informar o grau de risco a que um fumante está sujeito, e assim adotar medidas preventivas para evitar doenças. Isso é importante porque existem estudos que mostram que um fumante tem 4 vezes mais chances de desenvolver câncer em comparação a uma pessoas que nunca fumou”, finalizou.

Devido a seu caráter inédito, a tese de Doutorado será apresentada no V Congresso de Proteção Contra Radiações da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, que ocorre no mês de Março, na cidade de Coimbra, em Portugal.

O evento é organizado pela Sociedade Portuguesa de Proteção Contra Radiações e pela Sociedade Brasileira de Proteção Radiológica.

DADOS – Ainda segundo levantamento da OMS, o total de mortes devido ao uso do tabaco atingiu a cifra de 4,9 milhões de mortes anuais, o que corresponde a mais de 10 mil mortes por dia.

Caso as atuais tendências de expansão do seu consumo sejam mantidas, esses números aumentarão para 10 milhões de mortes anuais por volta do ano 2030, sendo metade delas em indivíduos em idade produtiva (entre 35 e 69 anos).

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