Desde o mês de setembro passado, fisioterapeutas e os terapeutas ocupacionais passaram a fazer parte da Estratégia Saúde da Família, no âmbito da atenção básica do Sistema Único de Saúde (SUS). O projeto de lei nesse sentido foi aprovado no Senado Federal e comemorado como uma conquista pelos profissionais.
A ideia é ampliar o acesso a estes profissionais, atualmente desigual nas diferentes regiões do país e mais presentes nos grandes centros. Ao fazer parte da equipe de saúde da família do SUS, o serviço poderá ser ofertado para um número maior de pessoas em todas as regiões do país. O projeto (PLC 72/2012), que teve início na Câmara, era terminativo na CAS, onde foi aprovado no dia 21 de setembro, e seguiu para sanção do presidente Jair Bolsonaro.
O presidente do Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional (Coffito), Roberto Mattar Cepeda, destacou, na página do órgão, a importância destes atendimentos em saúde para a sociedade e como estas profissões se mostraram relevantes na pandemia, em sua contribuição para a população. “A pandemia nos ensinou muito; e serviu para mostrar uma visão mais global da Saúde: descentralizada e focada na pessoa”, disse ele.
Além de beneficiar um número cada vez maior de pessoas, a inserção do fisioterapeuta como agente multiplicador de saúde, atuando em interação com uma equipe multiprofissional e de forma interdisciplinar, nas Unidades Básicas de Saúde da Família, também vai ampliar os postos de trabalho para estes profissionais.
Inserção e participação
Caberá ao gestor do SUS, em cada esfera de governo, definir sobre a forma de inserção e participação desses profissionais na estratégia de atendimento, de acordo com as necessidades de saúde da população. O que antes era denominado Programa Saúde da Família (PSF) passou a se chamar, desde 2006, Estratégia Saúde da Família (ESF).
O fisioterapeuta, quando inserido neste contexto, precisa enfrentar os problemas que geralmente se apresentam ao serviço de saúde pública. Em seu trabalho, deverá promover educação popular e permanente em saúde, atuando juntamente com os usuários e a equipe multidisciplinar que integra o atendimento em saúde da família.
Profissionais inseridos nesse contexto de atenção básica e primária tem como princípios básicos, em sua atividade, a integralidade, o conhecimento de território, a humanização, a interdisciplinaridade e a intersetorialidade direcionados para ações de promoção de saúde que interfiram diretamente na qualidade de vida dos cidadãos.
Antigamente, a visão da Fisioterapia era, sobretudo, curativa, e isso dificultava a sua inserção na saúde pública. Com a recente decisão, se afirma como este profissional é necessário na atenção primária. E para atender a estas políticas, a formação precisa capacitar os profissionais para exercer a promoção, prevenção, preservação e recuperação da saúde humana.
Asscom | Grupo Tiradentes