*Do portal Universia
O ensino superior do futuro será mais do que ensinar habilidades específicas. Ao menos é nisso que acredita a diretora de estratégia da Blackboard, Katie Blot. Em passagem pelo Brasil durante o Fórum de Lideranças: Desafios da Educação, ela comentou sobre o futuro da educação, as mudanças que podemos esperar e o uso da tecnologia no ensino.
Atuando com educação há 23 anos e atualmente trabalhando dentro de uma empresa cujo foco é a inovação na educação, Katie afirma que o uso da tecnologia é fundamental para permitir o acesso para todos. “Eu vi em primeira mão o impacto que a educação tem no aumento do potencial dos indivíduos. A tecnologia é o caminho para democratizar a educação ao redor do mundo”, afirma.
Ela explica que as demandas relacionadas à educação mudaram ao longo dos anos. “Antes um estudante pensava em quanto dinheiro ele precisava guardar para poder estudar, hoje ele pergunta se aquela instituição vale o dinheiro dele”, diz. A pressão sobre as instituições de ensino também está cada vez mais forte. Segundo a diretora, as expectativas estão cada vez maiores e há a necessidade de se servir cada vez mais pessoas com mais qualidade.
Se antes o grau de qualidade era medido pelo número de alunos aprendendo, hoje as universidades estão observando quantos estudantes estão progredindo e concluindo a graduação. “Estamos vendo o aumento de um ensino de ‘consumidor’, em que o estudante tem uma expectativa e quer que ela seja alcançada. Cada vez mais ele procura uma experiência única, ele quer sentir que aquela aula é para ele, exclusivamente”.
MUDANÇAS NA EDUCAÇÃO
Segundo Katie há uma mudança ocorrendo tanto na educação em si quanto nos estudantes. “Eles esperam aprender com todos e estar conectados com todos ao seu redor Não apenas uma relação com alguém que está ensinando, eles esperam se relacionar com as pessoas dentro e fora das disciplinas e ter as coisas no momento em que querem, on demand”.
Ela acredita que, no futuro, a educação será muito mais sobre conseguir trafegar por várias áreas e possuir determinados talentos do que dominar apenas aquilo que você estudou. O desenvolvimento das chamadas soft skills está entre o que Katie acredita ser um dos pontos que mais serão abordados e em um futuro que já começou a acontecer.
“Acredito que continuaremos tendo essas etapas de educação que são importantes para conduzir especialmente os mais jovens, mas também acredito que não há como, no futuro, alguém se manter com a mesma educação que recebeu por quinze anos. Os empregos estão mudando. Está muito claro que que a educação precisa devolver várias habilidades e não apenas uma. O Ensino Superior será mais sobre talento do que currículo ”, afirma Katie.
Em relação à tecnologia, Katie afirma que alguns pontos já estão sendo aplicados pelas instituições. Segundo ela, já se explora questões como foco em dados e insight, novos modelos de entrega para esses alunos, foco na experiência do estudante e muito mais abordagem online. Ao que tudo indica, o conceito de sala de aula, professor único e mesas seguidas umas das outras não terá vida longa.