O empreendedorismo no mercado da Beleza tem crescido nos últimos anos, inclusive por influência da pandemia. De acordo com o Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas – Sebrae, a emergência de saúde causada pela Covid-19 teve grande impacto nesse ramo, já que muitas mulheres começaram a realizar os próprios cuidados estéticos e, com o retorno às atividades, passaram a empreender na área. Segundo dados de 2021 da Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (ABIHPEC), a venda de produtos de beleza subiu cerca de 107%. O setor é responsável por movimentar economicamente diversas outras áreas, além de contribuir com a diversidade.
De acordo com Ivanacha Carneiro, coordenadora do curso de Estética e Cosmética do Centro Universitário Tiradentes (Unit-PE), localizado na Imbiribeira, ao lado do Geraldão, o mercado de Estética cresce a cada dia com novidades, além de impactar na economia. “O setor de Beleza é uma fonte significativa de emprego, abrangendo desde profissionais de Estética, cabeleireiros, até designers de produtos, cientistas e profissionais de Marketing”, afirma. Mas, para além das movimentações financeiras, o empreendedorismo nesse ramo também é importante pela presença de mulheres. O Brasil tem o quarto maior mercado de beleza e cuidados pessoais do mundo, segundo pesquisa do Euromonitor International, atrás apenas de Estados Unidos, China e Japão. O país também tem a sétima maior participação feminina no segmento, de acordo com outro estudo da Global Entrepreneurship Monitor (GEM), que analisou a situação em 49 países.
A presença de mulheres no mercado brasileiro de beleza se confirma com dados do Serasa Experian. Conforme aponta a instituição, 40% das mulheres que buscaram empreender no primeiro semestre de 2022, estavam buscando independência financeira; 29% queriam mais flexibilidade de tempo; e 18% encontraram uma nova fonte de renda no empreendedorismo, após ficarem desempregadas. O desemprego de fato teve um importante papel no crescimento do número de mulheres empreendedoras, já que 9,3% da população brasileira estava desempregada no segundo trimestre de 2022 (o número é maior entre as mulheres: 11,6%), segundo a Pnad Contínua, pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE. A diversidade, no entanto, não se mostra apenas na presença feminina, como aponta Ivanacha. “Outro aspecto positivo do mercado de Beleza é sua crescente ênfase na diversidade e inclusão, com marcas cada vez mais se esforçando para oferecer produtos que atendam às necessidades de diferentes etnias, idades, gêneros e tipos de corpo”, complementa.
Segundo a especialista, estudar e manter-se atualizado é uma ótima maneira de se iniciar no empreendedorismo. “Indico se capacitar com objetivo de apresentar um diferencial competitivo, pesquisar o segmento no qual pretende empreender, dominar canais de comunicação com o cliente e buscar formalização”, acrescenta Ivanacha.
Ela explica ainda que é importante não apenas aprimorar as habilidades relacionadas ao próprio serviço a ser oferecido, como manicure ou cuidados com o cabelo, mas também é fundamental conhecer as tendências do mercado. Acompanhar quais são os procedimentos mais procurados do momento e entender o que os clientes querem é indispensável para abrir um negócio de sucesso, assim como investir sempre em cursos profissionalizantes.