Em 1992, a ONU instituiu o dia 22 de março como o Dia Internacional da Água, dada a relevância desse recurso para a população mundial, o que nos leva a refletir sobre algumas informações.
Falta de água nas zonas rurais acarreta doenças
663 milhões de pessoas no mundo vivem sem acesso à água limpa. Isso significa que 1 em cada 10 pessoas na população mundial não tem acesso ao líquido purificado.
Boa parte dessa população vive em áreas rurais e caminha horas por dia para ter acesso ao fluido potável, que em grande parte das situações não apresenta condições adequadas para consumo, uma vez que menos de 1% da água do planeta está disponível para consumo. A UNICEF estima que 1.400 crianças com menos de 5 anos morrem diariamente em razão da falta de água potável, saneamento e higiene.
O acesso regular à ela tem causado preocupação, principalmente em áreas periurbanas que abrigam a população socialmente excluída. A falta ou a precariedade do acesso ao líquido representa situação de risco que propicia aumento da incidência de doenças infecciosas agudas e da prevalência de doenças crônicas.
Cenário de risco
Do ponto de vista de saúde pública e ambiental, as doenças associadas a água podem ser agrupadas em classes:
A) vinculadas à falta de higiene pessoal e doméstica em razão inacessibilidade;
B) causadas por contato com a água contaminada;
C)) transmitidas por vetores aquáticos;
D) disseminadas pela água
E) transmitidas pela água.
Estamos em tempos de novas referências, de novos paradigmas para o desenvolvimento, diante do cenário do risco que nos remete à discussão acerca das futuras gerações, de uma responsabilidade (internacional) antecipada no que concerne à qualidade de vida e ao direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, o que inclui o direito à água potável.
Essa antecipação indica uma das características do direito ao meio ambiente: sua dimensão prospectiva, tendo em vista que se volta a antecipar as consequências das ações atuais (o que em matéria de consumo de água potável está diretamente associado à poluição) e os riscos que elas apresentam no longo prazo, inclusive, de forma transfronteiriça.
A motivação seria a exigência de uma postura solidária para com as futuras gerações, uma postura de sustentabilidade. Associar equidade e equilíbrio no intuito de intervir nesse cenário que já se apresenta como caótico, no que diz respeito ao acesso e consumo de água, bem como, atuar de forma a prevenir o aumento da degradação e consequente vulnerabilidade de determinados grupos já privados do acesso à água potável.
*Artigo interdisciplinar redigido pelas professoras Evelyne Solidônio (Coorda. do NUFA) e Clarissa Marques (Curso de Direito)