No Dia do Orgulho LGBTQIA+ vamos descobrir que o amor tem fatos interessantes: ele não tem gênero, orientação sexual, muito menos preconceito ou rótulo. Diego Martins sabe bem disso: aos 16 anos, ele decidiu se aceitar e tratar o amor como ele deve ser: com liberdade. Ao se assumir homossexual, ele desafiou não só o conceito do que é aceitável na sociedade, mas também, reagiu ao preconceito da melhor forma – amando. Publicitário e assessor de comunicação da Unit-PE e FITS, ele passou por muita coisa. Desde a descoberta de novas sensações na adolescência, o processo de revelação aos pais, namoros e a chegada do relacionamento atual.
Diego sempre se sentiu diferente das pessoas e a confirmação se deu através de uma paixão platônica de adolescência. A atração inicial por um amigo de banda o fez se aceitar e ter a compreensão de sua sexualidade. “Eu tive um período de querer esconder mas, quando fiquei apaixonado, assumi para mim mesmo que eu era gay e ia ter que enfrentar aquilo”, contou. Aos 16 anos, Diego começou seu primeiro relacionamento e outra etapa chegou: a de contar aos seus pais sobre quem ele era e sua orientação sexual.
O plano, porém, aconteceu de forma diferente do esperado: sua mãe quem levantou o tópico. A partir daí, a tão temida conversa aconteceu. “Minha mãe já sabia que eu era diferente, mais afeminado. Então, ela me colocou na mesa da sala e me empurrou do armário perguntando se eu era gay, eu confirmei e ela começou a chorar na hora”, lembrou Diego.
A adaptação com a família
A adaptação ao novo é difícil e para a mãe de Diego não foi diferente. Enquanto o pai dele nunca teve uma conversa oficial sobre o assunto, a mãe começou o processo de aceitação, com grandes dificuldades no começo. Castigos, privações, sentimentos de raiva e vergonha foram as primeiras atitudes dela. Mas, Diego transformou a tristeza que sentia em afinco nos estudos – a vontade de dar orgulho para seus pais era enorme. Hoje em dia, a relação da família é muito saudável e, mais uma vez, o amor venceu em sua forma mais pura e importante. “Temos uma relação muito tranquila, eles ajudam muito. Apesar de não fazerem muitas perguntas, eles se preocupam comigo e são envolvidos na minha vida”, afirmou.
Começou como amizade
Anos depois, em 2017, o amor chegou para ficar na vida de Diego. Ele e seu atual namorado, Thomás, conheceram-se. Apesar de no inicio ser uma amizade e sem nenhum interesse além disso, eles se viram juntos e apaixonados um tempo depois, em 2019. Entre muitas idas e vindas, com direito à amizade inicial, indecisão e término, eles finalmente começaram a vida a dois. “Teve um fim de semana que a gente viajou e foi perfeito. A partir desse momento, a indecisão acabou. Quando foi no réveillon, dia 1° de 2020, eu pedi ele em namoro. Foi bonito porque a gente começou em 2017, com tantos percalços mas, no fim deu tudo certo”, contou.
Hoje em dia, os dois moram juntos e ambos são confortáveis e livres com a sexualidade, além de terem o apoio de amigos e família. Diego tem a lembrança do passado, onde enfrentou muitas dificuldades e fica feliz em saber o quanto a vida mudou. “Sofri muito bullying, falavam do meu cabelo, do meu caderno – que era do Mickey-, diziam que o jeito que eu falava era estranho, me chamavam de gay, mesmo de forma pejorativa. Eu sofri muito, tinha familiares que não queriam encontrar minha mãe por minha causa, então eu me preocupava bastante com ela”, lembrou.
Respeito e a consciência é essencial
Com relação a hoje em dia, Diego acredita que o mundo está em mudança constante e, apesar do preconceito existir, a visibilidade LGBTQIA+ está cada vez maior. Porém, ele ainda luta e torce pela verdadeira aceitação das pessoas. “Temos uma visibilidade maior, mas o processo de aceitação é muito difícil como arrumar um emprego. Ainda temos muito o que melhorar”, ressaltou. Neste dia do Orgulho LGBTQIA+, colocar em prática o respeito e a consciência é essencial. Afinal, considerar justa toda forma de amor é o primeiro passo para ver que o mundo é diverso, com pessoas tentando fazer o melhor a cada dia.