De acordo com a pesquisa Empreendedorismo Feminino 2022, realizada pelo Sebrae, as mulheres somam mais de 10,3 milhões de donas de negócios no Brasil. Dados do Global Entrepreneurship Monitor de 2020 (GEM), principal pesquisa sobre empreendedorismo no mundo, indicam ainda que essa quantidade representa 46% dos empreendedores iniciais no país. Por essa presença das mulheres no ramo dos negócios, a Organização das Nações Unidas instituiu, em 2014, o Dia Internacional do Empreendedorismo Feminino. Celebrado em 19 de novembro, tem o objetivo de reforçar a importância da presença das mulheres no ramo.
O Prof. M.e. Edgard Leonardo, coordenador do curso de Administração do Centro Universitário Tiradentes (Unit-PE) — localizado na Imbiribeira, ao lado do Geraldão — diz que o empreendedorismo feminino é importante por dar às mulheres o protagonismo da própria carreira. “Grande parte das famílias no Brasil, 50% das famílias, são chefiadas por mulheres. E elas precisam de um protagonismo, inclusive para não entrarem numa dependência financeira dos homens, o que pode levar inclusive a uma violência. Então haveria essa autonomia, esse protagonismo, essa independência financeira, que pode levar a mulher à libertação de cenários e quadros de violência”, explica.
Em concordância, a Profª M.a. Ivanacha Carneiro, coordenadora do curso de Estética e Cosmética da Unit-PE, reforça a importância do mercado de estética para o empreendedorismo feminino, bem como para a autonomia das mulheres. “Elas se tornam referências e líderes que podem inspirar outras mulheres a seguir seus próprios caminhos empresariais, criando uma rede de apoio e incentivo no setor”, afirma.
Segundo a Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (Abihpec), o Brasil é o segundo país que mais lança produtos de estética mundialmente, além de ter o quarto maior público consumidor. Além disso, uma pesquisa do GEM também mostra que o país tem a 7ª maior participação feminina no setor, sendo uma potência mundial do ramo da estética.
Representatividade
Ivanacha também pontua que a histórica presença das mulheres no ramo da estética é importante para uma maior representatividade. “O mercado de estética foi dominado por padrões estreitos, e a presença das mulheres no setor pode ajudar a quebrá-los, promovendo uma visão mais inclusiva e diversificada sobre a beleza”, avalia. A coordenadora também chama atenção para o aumento da presença feminina na área nos últimos anos, considerando o aumento de cerca de 107%, segundo a Abihpec, em 2021. “O empreendedorismo feminino nessa área gera empregos, fomenta a economia local e contribui para a criação de um mercado cada vez mais competitivo e inovador”, acrescenta.
Ivanacha também considera que a grande presença de mulheres empreendedoras no ramo da estética pode ser explicada por uma maior sensibilidade delas, inclusive em relação ao público consumidor. “No setor da estética, muitas vezes, o sucesso dos negócios depende da capacidade de estabelecer uma conexão emocional com os clientes. E as mulheres, por serem a maioria das consumidoras nesse mercado, têm uma facilidade maior em criar empatia com seus públicos, procuram oferecer serviços que priorizam o bem-estar, a saúde mental e o autocuidado, aspectos que são fundamentais para fidelizar clientes”, detalha.
“No contexto mais amplo, a liderança feminina no empreendedorismo da estética pode ser uma força de transformação social, pois o setor está diretamente ligado à autoestima e à percepção que as pessoas têm de si mesmas. Muitas mulheres empreendedoras usam seus negócios para promover uma estética mais natural, sustentável e verdadeira, o que pode impactar positivamente a sociedade, diminuindo pressões e padrões de beleza irreais”, Ivanacha finaliza.