A consciência negra é instituída pela lei de Nº 12.519, de 10 de novembro de 2011 e marca a morte de Zumbi dos Palmares, líder do Quilombo dos Palmares, localizado entre os estados de Alagoas e Pernambuco. Zumbi um dos mais reconhecidos símbolos da resistência contra a escravidão no Brasil.
A data que celebra a Consciência Negra representa a resistência do povo negro, a libertação dos escravos, considerando que a Abolição da Escravatura, instituída pela Lei Áurea (1888) e comemorada no 13 de Maio, representa uma falsa liberdade, tendo sido os escravos libertados parcialmente e jogados à própria sorte, sem qualquer reparação, e a data é principalmente utilizada para o movimento de combate ao racismo e desigualdades, que ainda são problemas graves e recorrentes na sociedade.
A relação das religiões de matrizes africanas com a data representada por Zumbi dos Palmares é de identificação pela ancestralidade e pertencimento, as cerimônias envolvem atividades de dança, cantos e alimentos provenientes da cultura africana. A diversidade cultural africana pode ser conhecida através das religiões que conservam as tradições que estão presentes na construção da sociedade brasileira.
As religiões de matrizes africanas sofrem duplamente o preconceito, desde a intolerância religiosa ao racismo. As lutas estão interligadas pois compreende-se que o ódio parte da questão racial e leva a questões religiosas por isso a Consciência Negra é celebrada.
Os dados do ministério da mulher, família e direitos humanos, através do disque 100, revela que mais de 60% das denúncias feitas referentes a intolerância religiosa são contra religiões de matrizes africanas – umbanda e candomblé, isto é, terreiros invadidos, obras depredadas e incêndios, isso reforça a necessidade de levar a informação e conhecimento, propondo à população o contato com as tradições afro-descendentes, essenciais para erradicar discursos de ódios que foram replicados e até hoje estão presentes na sociedade.