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Brasil possui 23 startups unicórnios e inspira empreendedores de tecnologia

Com valores de mercado maiores que US$ 1 bilhão, essas empresas concorrem com outros milhares para conseguir investimento e chegar nesse patamar

às 11h58
A figura da mitologia é usada para definir as startups de tecnologia que são avaliadas em mais de US$ 1 bilhão (Reprodução/Distrito.me)
A figura da mitologia é usada para definir as startups de tecnologia que são avaliadas em mais de US$ 1 bilhão (Reprodução/Distrito.me)
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Ser empreendedor no Brasil, não é facil. Com as incertezas econômicas, uma pessoa ao abrir uma empresa, imagina logo quando seu empreendimento dará retorno. É normal, pois são muitos os gastos com impostos, algumas têm folha salarial a ser paga e também seus boletos a pagar, ainda mais do que qualquer cidadão. Porém, como não custa sonhar: se a empresa for da área de tecnologia ou propor uma solução tecnológica para uma problema, pode haver um investidor anjo que a alavanque. Ou vários, fazendo crescer seu valor de mercado – valuation, como chamam os entendedores -, até que se torne uma unicórnio

Esse termo, que se denomina um animal da mitologia, foi criado pela investidora americana Aileen Lee para se referir às startups avaliadas em mais de US$ 1 bilhão. “Só empresas em que o seu valor de mercado, seu valuation, alcance a cifra em dólares, antes mesmo de abrir o capital na bolsa de valores”, explica o advogado e empreendedor Thiago Noronha Vieira, egresso da Universidade Tiradentes (Unit Sergipe) e especialista em Advocacia Empresarial, com ênfase em startups. 

População Mundial de Unicórnios

Em 2020, o Brasil possuía a oitava maior população de “unicórnios”, com sete, mas este número cresceu e, de acordo com a lista da Aceleradora Troposlab, agora, em novembro de 2021 já conta com 23 em sua lista e algumas projeções de quais poderão ser as próximas. Em todo o mundo, nesse mesmo ano apenas 500 marcas são consideradas unicórnios, sendo 70% delas oriundas dos Estados Unidos ou da China. Atualmente existem cerca de 630 unicórnios no mundo.

Noronha, que também é membro do Caju Valley, movimento pela inovação tecnológica que impulsiona startups sergipanas em um ambiente digital, explica que, normalmente, uma empresa se torna uma “startup unicórnio” através de rodadas de investimento, em uma espécie de funil. “Tem diferentes estágios de rodadas de investimento, que a gente chama de Pré Seed, depois parte para o investimento-anjo, seguida do seed e você tem as rodadas A, B, C até quantas forem necessárias e venture capital. A cada rodada o investidor está colocando X dinheiro e, consequentemente, esse dinheiro passa a integrar o valuation do negócio, que é avaliado pela operação que conta principalmente o seu potencial de crescimento ao longo do tempo”, explica ele.

Seleção rigorosa

Neste processo rigoroso de depuração, muitas são empresas que não conseguem avançar pelos níveis mais altos de valoração. O site Distrito.me, comunidade independente de startups do Brasil, aponta em seu levantamento que, em 1.066 captações nos estágios Pré-Seed e Seed, 281 conseguiram passar pelo primeiro gap e atingir o estágio de Series A, o que representa um corte de aproximadamente 75%. Desse total, só 102 avançaram ao estágio Series B, 35 evoluíram ao C, 17 chegaram ao D e apenas 8 alcançaram o E, nível mais avançado. 

Para Thiago Noronha, que também é fundador do Álvares Carvalho & Noronha – Advocacia Especializada e Cofundador da Sinapse Venture Builder, ser unicórnio não é para qualquer negócio, o que não invalida seu crescimento ou seu sucesso, e têm a função de inspirar outras empresas e empreendedores a buscarem as melhores formas de fomentar e prosperar seus negócios.  

“Normalmente suas fundações têm histórias muito bonitas. Eram muito pequenas, com um problema gigante para resolver e, em princípio, resolveram de forma simples. Começaram em garagens, como a Microsoft; dormitórios de repúblicas na faculdade, a exemplo do Facebook e os fundadores da Airbnb tiveram a ideia ao alugar colchões infláveis e a sala de casa para pessoas desconhecidas numa época de perrengue. O pessoal começava a modelar esses tipos de negócio e o potencial de escala, de fato, mostra que esses negócios, em longo prazo, podem se transformar em coisas bilionárias às vezes em um curto espaço de tempo. Sem dúvida, as unicórnios servem de inspiração principal para qualquer startup”, finaliza Thiago.

Asscom | Grupo Tiradentes

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