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As doenças laborais para profissionais de odontologia

Especialista explica tipos, tratamentos e como evitar

às 16h31
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Doenças laborais, também chamadas de ocupacionais ou profissionais, são definidas pela legislação brasileira como aquelas decorrentes do exercício de determinada atividade profissional. É comum que cada profissão tenha enfermidades específicas associadas ao seu desempenho, o que vai depender de diversos fatores, como as condições ou o local de trabalho de cada ocupação. Para profissionais de odontologia isso não é diferente.

Tipos de doenças laborais

De acordo com Valéria Maranhão, professora de Odontologia do Centro Universitário Tiradentes (Unit-PE) — localizado na Imbiribeira, ao lado do Geraldão — um profissional dessa área pode desenvolver doenças a partir de diversas situações. “Nós temos as doenças ocupacionais advindas do risco biológico, químico, mecânico, ergonômico e do risco físico”, cits. Segunda ela, essas doenças ocorrem devido às condições do ambiente de trabalho.

“Os riscos biológicos podem vir, por exemplo, com o manuseio de matérias infectadas, contaminadas; o risco químico, com os materiais com que o dentista trabalha diariamente; o físico, num ambiente de trabalho com iluminação não adequada, pode causar problemas à visão. No espaço de trabalho, o mau posicionamento de equipamentos – que envolve as questões da ergonomia – pode acarretar, por exemplo, em postura e movimentos inadequados”, exemplifica Valéria.

Como evitar

A profissional afirma que é possível minimizar os fatores que causam as doenças laborais, “desde que você conheça quais são e como minimizá-los”. Ela aconselha, por exemplo, que se avalie as condições do local de trabalho e também que o profissional tente tirar um tempo do dia para se alongar. “Que você tenha a possibilidade de, por um momento, sair daquele ambiente, que tem aerossóis, os quais são um risco para a saúde, porque esses aerossóis ficam no ar. Outro exemplo é um paciente que tenha um abscesso na boca e que deixa o ambiente com várias bactérias”, complementa.

Valéria também alerta para o cuidado com os materiais usados pelo profissional de odontologia. “Nós trabalhamos com perfurocortantes, que são agulhas, bisturis, os nossos instrumentais. Se esse material está contaminado de uma boca de um paciente que, por exemplo, tem hepatite, tuberculose, seja um soropositivo, e se você se acidentar com esse instrumental, você está propício a contrair a doença. Para prevenir é preciso estar com as vacinas em dia, o que é obrigatório ao profissional da área de saúde”, detalha.

Ela também chama a atenção para os riscos à audição. “Você deve lubrificar os equipamentos, ver o tempo de vida deles. A partir do momento em que o rolamento está fazendo barulho, tem um atrito maior, esses ruídos podem ser danosos à nossa parte auditiva”, acrescenta.

Tratamentos

O tratamento ou a cura dessas doenças, segundo a odontóloga, depende de qual delas o profissional contrai. “Se é uma questão articular, por exemplo, uma LER (lesão por esforço repetitivo), você pode, sim, evitar. Fazendo atividade física, pilates, sempre se exercitando, fortalecendo a musculatura, do pescoço, do ombro. E as outras, tomando as vacinas, tendo cuidado para não se acidentar com os perfurocortantes”, aconselha. 

Valéria defende ainda que, em caso de desenvolvimento de alguma doença laboral, o profissional procure ajuda médica. “A maioria das doenças adquiridas pelo dentista nem sempre pode ser tratada em casa, mas sim após um acompanhamento médico, uma prescrição, uma orientação. Fazer fisioterapia, por exemplo, faz parte de um tratamento recuperador de problemas articulares e musculares. Se você tem uma infecção, se pegou uma pneumonia, uma tuberculose, então vai depender do grau desta doença que você adquiriu”, orienta.

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