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Como usar o 13º salário com responsabilidade

Professor da Unit-PE dá dicas de como gastar a quantia extra sem prejudicar as finanças

às 14h18
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Surgido no Brasil em 1962, o 13º salário foi baseado no costume de outros países de dar aos funcionários um abono de Natal. Originalmente, alguns patrões davam cestas de alimentos para os trabalhadores, mas, com o tempo, a gratificação tornou-se um pagamento extra em dinheiro. Hoje, o Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) prevê que o pagamento das duas parcelas do 13º deve injetar, até dezembro de 2024, cerca de R$ 321,4 bilhões na economia brasileira, o que representa cerca de 3% do PIB (Produto Interno Bruto) do país.

Benefícios do 13º

Ainda segundo o órgão, aproximadamente 92,2 milhões de brasileiros, dentre trabalhadores formais, aposentados e pensionistas, serão beneficiados com o valor adicional de, em média, R$ 3.096,78. A quantia é dividida em duas parcelas: a primeira deve ser paga até 30 de novembro; e a segunda, 20 de dezembro. O Prof. Werson Kaval, economista e docente do curso de Administração do Centro Universitário Tiradentes (Unit-PE) — localizado na Imbiribeira, ao lado do Geraldão — defende que o 13º é essencial para a economia brasileira. “Ele aquece o comércio e os serviços, aumentando muito a demanda e ajudando na geração de empregos temporários”, explica.

Um outro benefício do 13º apontado por Werson é a maior arrecadação de impostos, visto que existe um aumento no consumo das famílias. “Isso resulta em uma maior circulação de mercadorias e serviços tributados. O efeito cascata do 13º beneficia não apenas o comércio, mas também o governo e a sociedade como um todo”, afirma. Além disso, o economista também pontua o uso do e-commerce como uma tendência para 2025. “As empresas já estão se preparando para captar esse movimento oferecendo promoções atrativas e fáceis”, complementa.

Como usar o 13º

Por outro lado, com esse aumento no consumo, Werson também traz algumas dicas para que o valor do 13º seja gasto com responsabilidade. O economista lembra que quase 80% das famílias brasileiras estão endividadas, segundo a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). “Então a prioridade desse recurso seria para pagamento de dívidas. Para se ter uma ideia, cerca de 40% dos brasileiros destinam a maior parte do 13º para as pendências, principalmente as relacionadas a cartões de crédito”, alerta.

O professor também chama a atenção para a falta de planejamento financeiro na população, que ele atribui à falta de educação financeira nas escolas. Por isso, ele aconselha que, ao receber o 13º, os trabalhadores que pretendem usar o valor para consumo devem identificar os gastos que são realmente necessários. “Colocando isso no papel, você vai conseguir definir o que realmente você precisa, que tem prioridade, evitando gastar o seu dinheiro, o seu recurso tão suado, de forma que não vai ter muita efetividade. Separe uma parte desse recurso do 13º para gastar, e faça o possível para poupar”, aconselha.

“Outro ponto interessante que poucas pessoas fazem com o 13º é investir em capacitações, em desenvolvimento pessoal. Então, pague cursos, vá cuidar da cabeça, vá cuidar do intelectual, o que, com certeza, vai dar muito retorno, não só com o cognitivo, de habilidades e competência, mas também na forma da saúde mental”, Werson acrescenta.

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