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Setembro Amarelo relembra a importância da preservação da vida

A campanha conscientiza acerca dos cuidados com a saúde mental

às 15h28
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O dia 10 de setembro é marcado como o Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio, mas o mês inteiro é lembrado pela campanha do Setembro Amarelo, que tem o objetivo de trazer conscientização acerca da saúde mental e, principalmente, da preservação da vida. O movimento surgiu após Mike Emme, um jovem de 17 anos dos Estados Unidos, tirar a própria vida, no ano de 1994. O adolescente tinha um carro amarelo, que acabou se tornando a cor da campanha. No Brasil, o Setembro Amarelo chegou 10 anos depois, fruto de uma parceria entre a Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP) e o Conselho Federal de Medicina (CFM).

De acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), 700 mil pessoas morrem por suicídio todos os anos no mundo inteiro, sendo a quarta maior causa de morte entre jovens de 15 a 29 anos, atrás de acidentes de trânsito, tuberculose e violência interpessoal. Já o Ministério da Saúde mostra que, no Brasil, 112.230 pessoas morreram por suicídio entre 2010 e 2019. Os dados indicam um aumento de 43% no número anual de óbitos, indo de 9.454 em 2010 para 13.523 em 2019.

Depressão

Devido aos dados alarmantes, a depressão, principal causa de suicídio, acende um alerta para diversas entidade de saúde ao redor do mundo. A doença é apontada pela OMS como a 4ª maior causadora de ônus no mundo, e a prevalência na rede de atenção primária à saúde é de 10,4%. O mapeamento mais recente da OMS acerca da depressão mostrou que o Brasil tem a população mais depressiva da América Latina, com cerca de 11 milhões de pessoas sofrendo com a doença, o que corresponde a 6% da população brasileira.

Sintomas e causas 

Além dos pensamentos suicidas, a depressão traz outros sintomas, como um sentimento constante de tristeza ou vazio, autodesvalorização e sentimento de culpa. Também é comum que o paciente depressivo se sinta um peso para amigos e familiares. Muitos depressivos também acabam perdendo o prazer pela vida, por atividades que gostavam de fazer, e também tendem a se isolar de amigos e familiares e a negligenciar atividades de autocuidado. No corpo, é possível sentir cansaço, pensamentos lentos, falta de concentração e de apetite. Além disso, são comuns alterações no sono, em especial a sonolência e a hipersonia, ou até mesmo a insônia.

De acordo com a Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS), a depressão é o resultado de interações complexas entre fatores sociais, psicológicos e biológicos. Ou seja, diversos fatores podem desencadear um quadro depressivo, assim como o ambiente em que o indivíduo está inserido e os próprios acontecimentos da sua vida. De maneira geral, a depressão surge de um desequilíbrio em neurotransmissores, como dopamina, serotonina e noradrenalina. Isso pode acontecer por influência genética, mas também por difíceis situações na vida, como luto, desemprego ou qualquer outro trauma.

Dependência química

Como uma das complicações da depressão, Tatiany Melo, professora de Psicologia do Centro Universitário Tiradentes (Unit-PE) — localizado na Imbiribeira, ao lado do Geraldão — aponta a suscetibilidade para o desenvolvimento de alguma dependência química. “Tem alguns momentos da nossa vida em que estamos mais vulneráveis, porque o vício é uma busca de prazer em um momento que você não está bem. Aquele prazer, que inicialmente era uma coisa momentânea, passa a ser algo que vai tomar uma grande parte da minha vida e vai inviabilizar a minha qualidade de vida e a minha forma de fazer as coisas”, alerta.

Tratamento

A depressão não tem uma cura específica, mas, com o tratamento adequado, é possível vencer a doença. A principal maneira de tratar a doença é com a psicoterapia, pois permite ao paciente modificar a sua forma de ver o mundo, as situações a sua volta e também a si mesmo. Além disso, para casos mais graves, é aconselhável a consulta com um médico psiquiatra, para que haja um tratamento medicamentoso. Além disso, a adoção de hábitos saudáveis, como alimentação equilibrada e exercícios físicos também fazem parte do tratamento, assim como a socialização.

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