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Rua da Aurora carrega séculos de história e importância cultural

O local tornou-se um dos principais pontos turísticos da cidade do Recife

às 14h40
Foto: Arthur de Souza (Folha de Pernambuco)
Foto: Arthur de Souza (Folha de Pernambuco)
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“Aqui nasce o Atlântico”. Essa é a frase escrita em um pórtico na famosa Rua da Aurora, no trecho em frente ao Ginásio Pernambucano, onde os rios Capibaribe e Beberibe se encontram e desaguam no mar. Foi da mania de grandeza do povo pernambucano que se originou a lenda de que o Oceano Atlântico surge justamente da junção dos dois principais rios da cidade do Recife. Localizada nos bairros da Boa Vista e de Santo Amaro, no centro da cidade, a Rua da Aurora é um dos principais cartões postais da capital pernambucana. Começou a ser ocupada entre os séculos XVIII e XIX, e é lar de locais importantes para a história e a cultura.

História

Com o aumento da população recifense no final do século XVIII, principalmente na Ilha de Antônio Vaz (onde ficam os bairros de Santo Antônio e São José), houve a necessidade de expandir a urbanização para o continente. Por isso, uma área de mangue no bairro da Boa Vista começou a ser aterrada e, com os anos, o local já estava pronto para ser ocupado. Foi aí que surgiu a Rua da Aurora, às margens do rio Capibaribe. Hoje, a Rua vai da altura da Ponte da Boa Vista até a Ponte do Limoeiro, passando também pelas pontes Duarte Coelho e Princesa Isabel.

O local foi lar de pessoas importantes, como o Conde da Boa Vista, que foi governador de Pernambuco entre 1837 e 1842, e que inspirou o nome do bairro e da avenida. O Ginásio Pernambucano, fundado em 1825, foi frequentado pela escritora ucraniana radicada em Recife, Clarice Lispector, e pelo dramaturgo paraibano Ariano Suassuna. Lá também já foi a sede da Prefeitura do Recife, antes da inauguração do novo prédio, e funcionava a Assembleia Legislativa de Pernambuco, que atualmente está na rua da União.

Arquitetura, arte e cultura

Com seus característicos sobrados coloridos, a Aurora também se destaca pela sua arquitetura, de estilo neoclássico. A beleza da Rua inspirou vários poetas e escritores, como Joaquim Cardozo, Ezilda Goiana, Carlos Pena Filho e Ariano Suassuna. Manuel Bandeira, poeta modernista nascido no Recife, também teve suas obras influenciadas pela Rua da Aurora. Por isso, o escritor foi eternizado em uma estátua, em frente ao Ginásio Pernambucano, a qual faz parte do Circuito da Poesia do Recife. Também na Aurora, encontra-se o Monumento Tortura Nunca Mais, que relembra as vítimas da Ditadura Militar.

O Cinema São Luiz, hoje desativado por problemas estruturais, é um outro marco da Rua da Aurora. Fundado em 1952 e tombado em 2008 como monumento histórico pelo Governo do Estado, sempre foi um dos principais equipamentos culturais da capital pernambucana. Nos tempos áureos do cinema de rua, o São Luiz atraía grandes públicos para assistir a diversos filmes a preços acessíveis. Ao lado do cinema, fica a Ponte Duarte Coelho, muito conhecida por ser a morada do Galo da Madrugada, o maior bloco de carnaval do mundo, durante os dias de folia.

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