É pelas ruas de várias cidades do país que o Som na Rural leva cultura para a população. Surgido em Pernambuco e idealizado pelo produtor cultural Roger de Renor e pelo diretor e fotógrafo Nilton Pereira, o projeto envolve um Jeep Rural Willys 69, que serve como palco para diversos eventos culturais, levando música por onde passa.
Origem
O Som na Rural nasceu em 2009, no programa da TV Viva do Centro de Cultura Luiz Freire, em Olinda. O projeto, então, saiu das telas e ganhou as ruas, espalhando arte e manifestações da cultura popular, como o movimento manguebeat. O início do Som na Rural foi pequeno: apenas Roger, Nilton e um público de cerca de 50 pessoas, na Rua da Aurora, no centro do Recife. Nesses 15 anos, o projeto cresceu e já marca presença até mesmo em São Paulo.
Democratização da cultura
Além de dar voz a artistas e à cultura popular, o Som na Rua também se engaja em movimentos em prol da democratização cultural, e até mesmo do Ocupe Estelita. Diversos artistas de grande importância para a música pernambucana, como Lia de Itamaracá, Silvério Pessoa e Alceu Valença, já estiveram presentes no palco do Som da Rural.
Chamado carinhosamente pelos idealizadores de “veículo autoemotivo”, o Som na Rural tornou-se um importante canal de comunicação e de resistência do povo do Recife. Hoje, o palco itinerante recebe diversas apresentações, como shows, dança, batalhas de rap e hip hop. Com essa valorização do popular, os organizadores colocam em prática a ideia de que o Som na Rural não deva ser somente pela música, mas sim um movimento político.
A importância cultural do Som da Rural é tanta que o projeto se transformou em Patrimônio Cultural Imaterial da Cidade do Recife. O projeto de lei que tornou isso possível é de autoria da vereadora Liana Cirne (PT) e foi aprovado em maio deste ano.