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Conheça os índices que medem a inflação no Brasil

Indicadores de inflação criados desde meados do século passado medem o comportamento dos preços e o impacto no custo de vida das famílias brasileiras

às 18h49
A variação mensal de preços dos alimentos e outros produtos servem como parâmetros para mensurar os índices de inflação no Brasil. (Antonio Cruz/ Agência Brasil)
A variação mensal de preços dos alimentos e outros produtos servem como parâmetros para mensurar os índices de inflação no Brasil. (Antonio Cruz/ Agência Brasil)
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Muito têm se falado sobre o comportamento da inflação, que mede a variação de preços de uma cesta de produtos, bens e serviços – e o impacto destes preços no custo de vida da população. Essa inflação, diagnosticada mês a mês através dos índices de preços, é demonstrada a partir de índices e pesquisas mensais que são importantes para a mensuração das condições de vida da população. 

“A inflação é um parâmetro útil não apenas para a definição de políticas econômicas e monetárias, mas também para a negociação de reajustes salariais e também para avaliação dos efeitos de transmissão/encadeamento dos preços de bens essenciais (como gasolina ou energia) sobre os preços de outros segmentos (alimentos, transportes, etc)”, explica o economista e professor Ítalo Spinelli da Cruz, do curso de Administração da Universidade Tiradentes (Unit Sergipe).  

No Brasil, existem pelo menos quatro grandes índices de inflação pesquisados nacionalmente. Um deles é o INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor), criado em março de 1979 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Ele mede a inflação das famílias assalariadas com renda mensal entre um e cinco salários mínimos. Segundo o instituto, elas são consideradas mais sensíveis às variações de preços, pois tendem a gastar toda a sua renda em itens básicos de subsistência, como alimentação, medicamentos e transporte. 

Com base no INPC, e para pesquisar, um universo maior da população brasileira, o mesmo IBGE criou, em janeiro de 1980, o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), com o objetivo de medir a mesma variação de preços em pessoas e famílias com renda até 40 salários mínimos em nove regiões, mas as cidades de Goiânia e Brasília. Desde 1999, o IPCA é adotado oficialmente pelo governo federal como índice oficial, isto é, referência para balizar as metas de inflação do país e as alterações na taxa de juros definida pelo Banco Central.

A medição, em geral, é feita a partir de pesquisas mensais feitas por equipes do IBGE, que levantam cerca de 430 mil preços em 30 mil locais, comparando-os com os preços tabulados no mês anterior. Tais preços são de itens como alimentação e bebidas, transportes, despesas pessoais, habitação, vestuário, educação e outros. As diferenças resultam nos índices que refletem a variação geral de preços ao consumidor, na região pesquisada e nacionalmente. “Ambos [IPCA e INPC] são semelhantes metodologicamente, no seu cálculo, muda apenas o perfil da amostra”, acrescenta Ítalo.

Além do IPCA e do INPC, um índice de inflação considerado relevante pelo mercado e pelos pesquisadores é o IGP-M (Índice Geral de Preços do Mercado), criado no final da década de 1940 e calculado atualmente pela Fundação Getulio Vargas (FGV). Seu objetivo, definido à época de sua criação, é mensurar a variação de preços em diferentes atividades, etapas e custos do processo de produção. 

Usado oficialmente para regrar os contratos de aluguel, seguros de saúde e reajustes de tarifas públicas, o IGP-M é obtido mensalmente, através da média ponderada de outros índices da despesa interna bruta: o de Preços ao Produtor Amplo (IPA), o de Preços ao Consumidor (IPC) e o Nacional de Custo da Construção (INCC).

Um quarto índice menos conhecido é o IPC (Índice de Preços ao Consumidor), que é restrito ao município de São Paulo, mas tem relevância nacional por mostrar como os preços se comportam no principal centro econômico do país. Ele foi criado em 1939 pela Prefeitura Municipal de São Paulo, mas assumido desde 1973 pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe). O índice mensura a média do custo de vida para famílias paulistanas com renda entre 1 e 10 salários mínimos por mês. 

Asscom | Grupo Tiradentes
com informações de IBGE, FGV e Fipe

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