Na terra do carnaval, uma figura famosa por sua simpatia e irreverência recebe apenas a chave da cidade pelas mãos do prefeito para governar durante 4 dias. Muita responsabilidade, não é? O rei momo virou parte da tradicional festa da cidade do Recife, capital do frevo, há muito tempo, mas antes disso vamos buscar os primeiros indícios dessa figura no Brasil e no mundo.
Primeiros registros
Pouco se sabe sobre Momo, mas antigos escritos contam que ele pertence à mitologia grega, e neste caso o pronome devido é feminino, pois ela era a filha de Nix, deusa do sono. Suas principais referências eram o sarcasmo, reclamação e delírio, também era deusa da poesia e das escrituras.
Chegada ao Brasil
Por volta de 1910 o primeiro palhaço negro do Brasil, Benjamin de Oliveira traz ao país as primeiras representações do monarca no Circo Spineli, localizado no Rio de Janeiro. A figura fortaleceu o imaginário do público, e com o tempo não ficou mais restrito a encenação artística. Virou totem de papelão e logo em seguida foi representado pelo cronista Francisco Moraes Cardoso.
Quem comanda a folia
O cetro da soberania na mão esquerda, coroa como todo reinado exige e aclamação em confetes e serpentinas por onde passa marcam o reinado de Momo. Mas a figura mística está restrita a uma cultura recente dos carnavais e já abafada por um público que todos os anos se multiplica e passa a comandar a folia.
Por volta dos anos 60 a tradição foi enriquecida e o jovem rei era acompanhado, os festejos marcavam a aclamação da personificação da irreverência, com aparência gorduçha e risonha. Nos anos atuais o carnaval é comandado por um público caloroso que independente de majestades e misticismos estará lá, ao menos que não haja carnaval, por exemplo, pela existência de uma pandemia.