O incrível poder de processamento dos computadores de hoje em dia, bem como as tecnologias modernas, forneceram soluções inovadoras e eficazes para uma ampla gama de problemas. As ciências da computação foram quem mais se beneficiaram desses processos com os algoritmos no centro de toda a gama de linguagens de programação, software, hardware e muito mais.
Para o professor Pedro Ivo da Silva Oliveira, do curso de Engenharia Mecatrônica do Centro Universitário Tiradentes (Unit Alagoas), um algoritmo tem uma definição bastante simples: uma sequência de etapas que devem ser realizadas para se atingir um determinado objetivo. E que pode ser aplicada não apenas na computação, mas também nas mais diversas áreas.
“Por exemplo, vamos supor que o seu carro tenha quebrado, para consertá-lo deve ser seguida uma sequência de etapas bem definidas, em uma ordem correta, para que ele seja, de fato, consertado. Logo, você possui um algoritmo para resolver o problema do seu carro. Esse algoritmo envolve dados como leituras de sensores do carro e etapas como lubrificação, troca de componentes, entre outros. Ou seja, um algoritmo é, em um termo mais popular, uma receita. Você pode até pensar numa receita de bolo como um algoritmo”, ensina ele.
O próprio termo “algoritmo” apareceu na Idade Média, quando o matemático persa Muhammad al-Khwarizmi desenvolveu o sistema numérico hindu-arábico, que utilizamos até hoje. Depois disso, os matemáticos russos usaram este conceito para criar, por exemplo, o crivo de Eratóstenes (método para encontrar números primos) e o algoritmo euclidiano (método simples e eficiente para encontrar o maior divisor comum entre dois números inteiros diferentes de zero).
Mas o conceito de algoritmo só foi mesmo formalizado em 1936, com o surgimento da Máquina de Turing, criada pelo matemático britânico Alan Turing, e do cálculo lambda (componente característico fundamental da linguagem de programação LISP), do americano Alonzo Church, orientador de Turing. Eles formaram os primeiros alicerces da computação com software (Church) e hardware (Turing).
Desde então, o famoso “algoritmo” foi popularizado graças às redes sociais, por este ser seu principal pilar, ou seja, eles influenciam na distribuição, e alcance de todo o conteúdo que vemos nas redes. Quando o método de distribuição muda, geralmente é porque o algoritmo mudou. E para superá-lo e alcançar o resultado desejado, inventam dezenas de “jeitinhos”.
Com o tempo, os algoritmos continuam a avançar tecnologicamente e se tornam cada vez mais complexos a fim de entender o comportamento humano, tanto nos desenvolvimento de máquinas autômatas quanto na Internet e nas redes sociais. Assim, mais e mais conteúdos que “combinam” com o usuário podem ser entregues em seus feeds no Instagram e timelines do Twitter e Facebook, e mais.
Lado negativo
No entanto, o algoritmo também é fonte de muita polêmica devido à forma como cada usuário utiliza as redes. O documentário O dilema das redes, disponível na Netflix, mostra funcionários de gigantes da tecnologia como Google e Meta, e também outras grandes empresas, que expuseram como os algoritmos têm um impacto negativo sobre os usuários e lidam com informações falsas, discurso de ódio e polarização política. Conhecer bem o algoritmo, no entanto, pode ajudar os empreendedores a formular boas estratégias de marketing para o desenvolvimento integral de grandes e pequenas empresas.
Pedro Ivo considera que os algoritmos possuem uma atenção especial na computação, pois são uma sequência gigante de operações simples executadas em velocidade ultrarrápida, ainda que os trabalhos executados pelos computadores hoje em dia possam parecer mágica. Um exemplo dado por ele é o algoritmo de uma rede neural, que se inspira no funcionamento dos neurônios do cérebro humano para processar dados e resolver problemas. Nas práticas, as redes de um computador são algoritmos que possuem muitas etapas simples e executadas à exaustão, até chegar ao resultado desejado.
O engenheiro enfatiza que um algoritmo de uma rede neural pode, em teoria, ser executado por um ser humano, apenas com papel e caneta. “O problema é que a quantidade de etapas do algoritmo para realizar um problema de certo porte, seria tão grande que toda uma geração familiar morreria antes de chegar à conclusão. O estudo dos algoritmos é um dos passos mais importantes na evolução das tecnologias, pois, para novos problemas, precisamos de novas formas de atingir o objetivo que é resolvê-los”, finaliza.
Asscom | Grupo Tiradentes