Estudar e ler livros digitais por meio de uma tela de celular ou tablet tem se tornado comum, nos dias atuais. As multiplataformas têm facilitado o consumo das poesias pernambucanas pelo público mais jovem. Aos poucos, as publicações virtuais tem tomado espaço do livro tradicional, feito de papel, com peso e cheiro. No lugar de virar a folha com a mão, um toque na tela já resolve. Assim tem sido com livros técnicos, didáticos e também literários. E você, qual maneira prefere? Papel ou tela?
Uma pesquisa Nielsen, divulgada este ano pela Câmara Brasileira do Livro, confirma essa tendência virtual. Segundo o levantamento, a venda de livros eletrônicos cresceu 83% em 2020, no Brasil, enquanto a dos tradicionais caiu 18% – em comparação com o ano anterior. Apesar do aumento do lucro na área virtual, a liderança ainda segue com o papel: a cada um ebook vendido no país, outros 42 tradicionais são comprados. Entretanto, o crescimento é visível, com grande mudança, já que em 2019, a porcentagem era de um ebook para cada outros 95 de papel. Assim, a transferência para as plataformas digitais segue avançando e crescendo.
Multiplataformas na poesia
Neste sentido, um aplicativo lançado em agosto deste ano tem sido um canal para disseminar poesias pernambucanas em diversas plataformas digitais. Com o DECLAMAÍ, os usuários podem gravar vídeos recitando os conteúdos e eles são publicados nas redes sociais da plataforma Poemaria.
Outro meio facilitador e inovador são os audiobooks, livros sonoros lidos por um narrador. É uma forma diferente de “ler”, já que a apreensão é pela escuta, mas que pode ser ideal para quem tem uma vida agitada e outras ocupações. Recentemente, algumas obras de um dos poetas mais famosos do mundo, Pablo Neruda, entraram em várias plataformas digitais, como o Spotify. Isso pode possibilitar o conhecimento, incentivo à leitura e acessibilidade para diversas pessoas que não conhecem nem o autor nem o gênero poesia.
Visibilidade
De fato, a tecnologia tem sido aliada na disseminação da literatura, de ideias e pensamentos provocadas pelas poesias pernambucanas. O mundo digital – sejam livros digitais ou redes sociais – tem ajudado a levar ao país afora diversas produções locais. Dando visibilidade a tantos nomes. Muitos deles até desconhecidos da população. Entre eles, Cida Pedrosa, José Mário Rodrigues, Marco Polo Guimarães, Raimundo de Moraes, Gerusa Leal e até o paraibano Ariano Suassuna, radicado em Pernambuco. Na lista das novas gerações estão Ana Carla Santiago, Fabrício Arteiro, Fred Caju e Ágnes Souza. A partir de hoje, vamos contar um pouco a história de alguns dos poetas pernambucanos. Acompanhe!
Defensor da cultura
Embora não seja de Pernambuco, foi aqui no Estado onde Ariano Suassuna morou e se projetou a maior parte da sua vida. Ele se mudou com a família para cá em 1938. Talvez nem todo mundo saiba, mas, além de escritor, dramaturgo, palestrante, professor e advogado, ele também foi poeta.
Ele fez história no contexto do gênero literário no país. Grande defensor da cultura e da literatura, ele foi secretário de Educação e Cultura do Recife, de 1975 a 1978, e secretário de Cultura do Estado de Pernambuco, de 1994 a 1998. Participou das Academias Pernambucana, Paraibana e Brasileira de Letras, sendo reconhecido como uma dos escritores mais influentes dos séculos XX e XXI.
Suas obras são inúmeras. Entre elas está uma que o projetou no país e é reconhecida até hoje: Auto da Compadecida (1955). Outras são O santo e a porca (1957), A História de amor de Fernando e Isaura (1956), além das poesias Os homens de barro (1949), Sonetos com mote alheio (1980) e O pasto incendiado (1945-1970). Várias delas estão inseridas no meio digital. Só na Amazon, 67 títulos podem ser encontrados à venda. Na plataforma do Google Livros, o Auto da Compadecida está disponível também em audiolivro. Palestras e entrevistas do poeta também estão disponíveis no YouTube – com milhões de visualizações-, favorecendo mais uma vez a divulgação e a facilidade de abertura da internet.
Interação nas redes sociais
A lista de poetas é imensa. Com as opções variadas, o que resta agora é você definir qual meio escolher: papel, virtual ou sonoro. E para quem gosta da participação das pessoas, a interação nas redes sociais, comentários em vídeos no YouTube e o acesso a aplicativos de avaliação de livros, como Skoob e Gooreads, podem ser pontos de diferença na hora da inserção ou renovação ao mundo da leitura. Modo escolhido, dispositivo conectado ou papéis para quem prefere o tradicional, vamos ao principal: é hora de ler! Fica a dica!