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92% das mães em home office são responsáveis pelos filhos, diz pesquisa

Dados mostram que, mesmo em home office, as mulheres acabam sendo as maiores responsáveis pelo cuidado com os filhos

às 13h00
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Se a rotina de muitas mulheres já era pesada dentro e fora de casa antes da pandemia, esse cenário se intensificou ainda mais com as mudanças restritivas e de distanciamento social impostas pela Covid-19. O fato é que, um ano e meio depois, o balanço da jornada de home office acentuou as responsabilidades e elevou os níveis de estresse às profissionais e mães. Uma pesquisa da empresa Catho, especializada em recrutamento e seleção, revelou que 92% delas ficaram responsáveis pelos cuidados com os filhos, neste período de trabalho remoto.

Ao todo, 6 mil profissionais foram entrevistados para o levantamento. Cerca de 15,5% deles estão trabalhando em casa e 71% estão tendo que ir para o local de trabalho. A pesquisa identificou que 69% das mães que estão trabalhando presencialmente deixam os filhos sob os cuidados de outras pessoas, sendo 19% com os pais e 12% em uma escola ou creche. Já entre os pais que trabalham fora, 58% deixam os filhos com as mães, 36% com outras pessoas e 6% em uma escola ou creche.

De acordo com a professora Karolline Helcias Pacheco Acácia, psicóloga e preceptora de estágio em Psicologia Organizacional do Centro Universitário Tiradentes (Unit Alagoas), os dados mostram que, mesmo em home office, a mulher acaba sempre sendo a maior responsável pelo cuidado dos filhos.

“Com a pandemia e esse cenário de home office, as pesquisas mostram que o nível de estresse das mulheres que são mães chegou a níveis altíssimos, muito maiores do que o identificado entre as mulheres solteiras que também estavam em home office. O contexto do home office para as trabalhadoras e mães se tornou ainda mais desafiador, sendo que em alguns casos, até aterrorizante eu diria. Isso se deve ao fato de muitas dessas profissionais terem adoecido durante esse período, pois ficaram com a saúde mental comprometida. Além de dar conta do trabalho e também de ensinar os filhos, cuidar da casa, entre outras atividades, todas concentradas no mesmo ambiente”, analisa a professora.

Essa linha social do cuidado e das múltiplas responsabilidades da mulher em casa e no mercado de trabalho já gerava inúmeras discussões. Para Karoline, o maior desafio para a psicologia organizacional e das próprias empresas neste cenário é tentar olhar para o público feminino com uma sensibilidade maior. “É um público que precisa do espaço de trabalho para se realizar profissionalmente, se sentirem mais produtivas, e por isso mesmo necessitam de uma atenção maior dos gestores e das políticas de recursos humanos. Esse cuidado é extremamente importante, já que o nível de adoecimento está sendo maior nesse grupo e consequentemente pode ampliar esse adoecimento para os filhos e para as pessoas que estão ao redor nesse ambiente familiar”, ressaltou.

Asscom | Grupo Tiradentes 

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