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Alta da inflação atinge principalmente pessoas de baixa renda

Prévia da inflação oficial de julho deste ano, registrada pelo IPCA é a maior desde 2004; economista e professor da Unit fala sobre os reflexos sentidos no dia-a-dia

às 23h04
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O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo – 15 (IPCA-15), que mede a prévia da inflação oficial, registrou inflação de 0,72% em julho deste ano. Essa foi a maior variação do índice para um mês de julho desde 2004. Outro índice que verifica a inflação é o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), que avalia a variação do custo de vida de famílias com renda mensal de 1 a 5 salários mínimos. Esse grupo tende a gastar todo o rendimento familiar em itens de primeira necessidade como alimentação, habitação, medicamentos, transporte, etc.

A alta inflacionária está associada a um cenário de desemprego que, em junho de 2021 bateu um novo recorde, chegando a 14,8 milhões de pessoas, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).  Os dados apresentados pelo Instituto mostram ainda uma prévia da inflação oficial de 4,88% no ano e de 8,59% no acumulado dos últimos 12 meses. 

Quando a inflação é superior ao aumento de salários, há perda de poder de compra, o que atinge, sobretudo, a maioria da população assalariada. Isso é considerado preocupante não apenas para a economia, mas também para o social, pois com menos recursos, as famílias ficam impedidas de consumir os itens básicos como alimentação e moradia. Os preços em alta fazem também com que o dinheiro perca valor, aumentando ainda mais os índices inflacionários.

Outra causa é o déficit no orçamento, quando o governo gasta mais do que arrecada e acaba emitindo dinheiro para encobrir o déficit, visando o aquecimento da economia, o que acontece, por exemplo, no pagamento dos funcionários públicos. Com mais dinheiro em circulação e a queda da produção, ou até mesmo a mesma quantidade de produtos sendo ofertados, a consequência é a inflação. Uma das estratégias neste sentido é o aumento da taxa de juros controlados pelo Banco Central, que tenta assim reduzir a circulação de quantidade de moeda na economia e baratear a oferta dos produtos, mas encarecendo os empréstimos, financiamentos e outras operações de crédito.

O economista Edgard Leonard, professor do curso de Administração do Centro Universitário Tiradentes (Unit Pernambuco), diz que a inflação tem vários reflexos. “O que está acontecendo hoje é, de fato, um processo inflacionário e um dos reflexos que a população sofre é a perda da consciência de preços. O que hoje custa R$ 10, pode custar R$ 12, alterando todo o orçamento, pois ficam sem poder de compra. É preocupante, mas temos, no horizonte, uma expectativa de queda da inflação, porque precisamos que a economia cresça. E em um cenário de inflação, uma das primeiras medidas tomadas é exatamente segurar a demanda agregada”, analisou Edgard.

Nesse horizonte favorável, entra a última edição do Boletim Focus, do Banco Central, projetando que o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil deve fechar o ano com crescimento de 5,30%. “Com a alta do volume de produção, há crescimento econômico e estímulo aos investimentos. Isso eleva a oferta de empregos, as pessoas têm ganho de renda e a economia é impactada positivamente”, afirma Edgard. Dessa forma, os setores produtivos têm mais dinamismo e os índices de inflação são reduzidos, mas, para o economista, zerar a inflação nunca vai acontecer em nenhum lugar do mundo, porque este é um índice que oscila, já que mais de 400 itens de nove setores são analisados para saber o percentual médio da inflação.

Asscom | Grupo Tiradentes

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