Montar um projeto de iniciação científica pode trazer não apenas a recompensa de emplacá-lo em um edital de bolsas ou publicar o artigo com os resultados em uma revista científica, mas também ser premiado pela pesquisa. No Brasil, organismos nacionais e estaduais do setor de pesquisa e inovação concedem prêmios anuais para os melhores trabalhos desenvolvidos por alunos e professores.
Além de quantias em dinheiro, viagens de estudos ou participações em congressos, ganhar um desses certames. Seja qual for a colocação, tudo isso traz ainda mais prestígio e experiência a uma carreira acadêmica e científica que só está começando. “Participar de prêmios de iniciação científica traz para o aluno uma perspectiva de como fazer pesquisa de qualidade, com resultados que podem ser transferidos para a sociedade. Isso é bom, tanto para a carreira dele como também para a vida”, disse a professora Evelyne Solidônio, coordenadora de Pesquisa e Extensão da Faculdade Tiradentes (Fits).
O principal prêmio do ramo no Brasil é o “Destaque do Ano na Iniciação Científica”, instituído em 2003 e concedido anualmente pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), com apoio da Academia Brasileira de Ciências (ABC) e da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC). Ele é concedido a bolsistas de Iniciação Científica e Tecnológica do CNPq que se destacaram durante o ano, sob os aspectos de relevância e de qualidade do seu relatório final. Instituições participantes do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica (Pibic), que contribuíram de forma relevante para o alcance dos objetivos do programa, também são agraciadas pelo prêmio, que tem abrangência nacional.
A escolha dos projetos concorrentes ao prêmio passa por um processo rigoroso, que começa nas próprias instituições de ensino. A professora Adriana Karla de Lima, coordenadora de pesquisa da Universidade Tiradentes (Unit Sergipe), explica que só concorrem ao Prêmio Destaque os projetos de iniciação que receberam bolsas do CNPq, foram concluídos ao longo de um ano e já tenham sido apresentados formalmente em eventos ou periódicos científicos. “Durante esse período, esses alunos naturalmente vão entregando relatório, participando de atividades dentro do programa e, ao final, eles apresentam os seus resultados para uma comissão, que é o momento da avaliação dos resultados finais”, diz ela.
A comissão é formada por membros do comitê científico de cada instituição de ensino e por pesquisadores do CNPq enviados para acompanhar as apresentações dos trabalhos (no caso do Grupo Tiradentes, através das Semanas de Pesquisa, as Sempesqs). Esses professores atribuem notas às apresentações e aos relatórios das atividades, que se somam às notas obtidas ao longo de todo o processo de pesquisa. “Através dessas notas, a gente classifica dentro das categorias os projetos de melhor destaque, ou seja, que tiveram as melhores notas. E são esses destaques dessa pontuação que a gente encaminha como candidatos da Universidade ao CNPq”, acrescenta Adriana.
As coordenações de pesquisa de cada instituição encaminham os seis melhores relatórios dos bolsistas, das iniciações científicas e de inovação, para julgamento de uma comissão de cientistas das três instituições do CNPq, da SBPC e ABC. As inscrições para a edição deste ano foram encerradas no último dia 22 de março. O resultado sai em junho e os vencedores em cada categoria ganham prêmios de R$ 7 mil em dinheiro, bolsas de Mestrado ou Doutorado e viagem para participação na 73ª Reunião Anual da SBPC, a ser realizada ainda neste ano. Já a instituição de ensino superior que vencer a categoria Mérito Institucional recebe um troféu, participação do dirigente na Reunião da SBPC e a concessão de cinco a 20 bolsas adicionais de Pibic e/ou Pibiti na cota da instituição.
Asscom | Grupo Tiradentes