Os problemas no funcionamento de sites e aplicativos de serviços, como bancos, telefonia e repartições públicas, acontecem com certa frequência e provocam muita irritação nos usuários. Um exemplo mais recente aconteceu com os sistemas da Caixa Econômica Federal, que sofreu uma instabilidade na última segunda-feira, 1º. Clientes do banco público reclamaram nas redes sociais que não conseguiam consultar saldos, nem acessar os sites e nem fazer transações, como o Pix.
A plataforma Down Detector, que monitora o funcionamento de sites e aplicativos em vários países, registrou um total de 1.486 reclamações às 13h25 e outras 1.349 às 15h55. Os problemas aconteceram principalmente em São Paulo, Rio de Janeiro, Salvador, Fortaleza, Brasília, Curitiba e Porto Alegre. Numa menor escala, eles também ocorreram em Aracaju, Maceió e Recife. A Caixa informou em nota que “o serviço de Internet Banking apresentou intermitência” naquele momento, e que “a normalização do acesso ao aplicativo começou a acontecer no período da tarde”.
O professor Izaac Duarte de Alencar, do curso de Ciência da Computação da Universidade Tiradentes (unidade Alagoas), aponta diversas razões para os problemas de instabilidade em sites e aplicativos, que são mantidos no ar por outros computadores maiores e mais potentes. “Normalmente, esses serviços funcionam através de um sistema chamado cliente-servidor. Ou seja: eles têm vários computadores que vão servir um determinado recurso e outros dispositivos, os dos clientes, que acessam esse recurso. No caso do banco, a gente tem vários servidores voltados ao serviço bancário e a gente tem muitos clientes, que são os correntistas com acesso a esses serviços por um app ou site”, explica.
Entre as causas mais frequentes de instabilidade nos sistemas estão erros e falhas no funcionamento de servidores ou mesmo na comunicação entre computadores e dispositivos, por excesso de demanda. “Pode ter acontecido um volume alto de requisições ou de tentativas de acesso a esses serviços providos por esses servidores. Por isso, pode ter existido uma instabilidade. Imagine, por exemplo, uma estrada que só tem uma faixa de ida e outra de volta, em mão e contramão. Se existe uma grande quantidade de carros tentando entrar nessa estrada ao mesmo tempo, vai existir uma certa lentidão, instabilidade”, disse Izaac.
Para o professor, as empresas e repartições precisam investir mais em melhorias das infra-estruturas e processos de comunicação, segurança e de servidores para garantir um serviço mais estável nos aplicativos e sites. O especialista recomenda que esses investimentos sejam submetidos a um planejamento prévio, buscando garantir a estabilidade do sistema e aumentar a capacidade dos servidores para suportar grandes demandas de acessos e tráfegos.
“Se é um serviço para o Brasil todo, a infraestrutura tem que ser compatível com esse tipo de situação. Se a gente tem apenas alguns grupos de servidores e essas máquinas que provêm o serviço deixarem de funcionar, a gente precisa ter um sistema de redundância para o sistema voltar ao normal o mais rápido possível”, concluiu Duarte.
Transtornos
O professor acrescenta que as instabilidades impossibilitam o acesso dos usuários aos serviços, gerando transtornos como a não-realização de transações e até mesmo perder prazos, como o da entrega da Declaração de Imposto de Renda (no caso da Receita Federal). Já os riscos dependem do tipo de serviço a ser acessado. “Quando você tem um serviço que está indisponível e você tem autorização para usufruir dele, isso quebra um dos conceitos de segurança da informação, que é o da disponibilidade. Deve existir toda uma estrutura de redundância, de segurança, para manter o usuário devidamente autorizado sempre em disponibilidade para o recurso”, acrescentou.
Para se resguardar de problemas de instabilidade em sites e aplicativos, Izaac orienta que o usuário faça um print ou uma foto da tela que informa o problema ocorrido, e depois faça uma reclamação à ouvidoria da empresa ou do órgão público, por meio de um e-mail oficial. O registro serve como prova da ocorrência e permite que algum reparo seja feito ao cliente, a exemplo do estorno, em casos de transações bancárias incompletas. Em caso de o problema não ser resolvido, o usuário pode recorrer ao Procon de sua cidade ou estado.
Ascom | Grupo Tiradentes
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