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Yes, nós temos quadrinhos!

O mundo cultural, revolucionário e mágico das HQs ultrapassam gerações e retratam história e aspectos também do universo pernambucano. Há produções feitas por quadrinistas com projeção internacional. O desafio agora é levar as HQs para as novas gerações

às 15h39
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Gibi, HQ, Graphic Novel, Mangá. Os famosos conteúdos do mundo geek – os fãs de tecnologia, leitura e jogos – se assemelham em uma temática principal: transmitir histórias, sensações e lazer em um formato específico: o dos quadrinhos. Quem nunca leu um gibi da Turma da Mônica, feito por Maurício de Sousa? Ou até mesmo viu as famosas HQs da Marvel e DC, com seus super-heróis? E os mangás que ‘invadiram’ o Brasil com sucesso enorme? 

Com as características de utilizar desenhos em quadros, diálogos com balões de fala e uso de onomatopeias, essa forma de leitura é muito famosa por unir diversão e informação. E Pernambuco não está fora desse universo. O estado participa ativamente, seja na forma de edição, produção ou divulgação.

Inclusive, várias HQs já foram feitas, retratando o próprio estado. Os autores Teo Pinheiro e André Balaio já produziram, em 2012, uma coletânea com contos do Recife, em um estilo de terror, com todas as paisagens e espaços da cidade. São elas: as “Histórias em Quadrinhos d’o Recife Assombrado”, “A Rasteira da Perna Cabeluda” e “Malassombro”.

Projeção internacional

Há artistas de renome e projeção internacional, com trabalho até para a Marvel e DC Comics, como o quadrinista pernambucano Thony Silas. No portfolio, obras a exemplo do HQ nacional “A Noiva”, uma série que reconta ilustradamente sobre a Revolução Pernambucana, que ocorreu em 1817. Até Gilberto Freyre, historiador e um dos mais importantes sociólogos do século XX, teve sua clássica obra “Casa-Grande e Senzala” adaptada a quadrinhos, unindo a ilustração ao conteúdo social e histórico do Brasil. 

Para o historiador e professor da Unit-PE, Thiago Modenesi, a essência de Pernambuco é o que cativa os leitores e incentiva a criatividade entre os produtores. “Nossa maneira de falar, os nossos prédios, a nossa cultura e nossa arquitetura são aspectos diferenciais em relação aos demais quadrinhos e estão bem representados nas produções de diversos autores. Entre eles, Ary Santa Cruz e Luciano Félix, como “Wander & Angúria”. 

Legado e tradição

A importância dos quadrinhos e sua relevância é indiscutível para a sociedade e para o estímulo da cultura – é impossível deixar de ver nas obras a informação, a diversão, assuntos importantes e até mesmo protestos. “Estamos inseridos com nossa marca, características e produção cultural. Temos o fortalecimento do quadrinho pernambucano. Aqui se faz de tudo: tem tema histórico, de terror, super-heróis, pesquisas e revistas sobre quadrinhos”, avaliou Modenesi. Autores como Adriano Silva e sua obra Lâmina Selvagem e professores como Amaro Braga, que são pesquisadores sobre quadrinhos, deixam um legado para a continuação dessa tradição.

Desafios

Também editor da Quadriculando, que publica quadrinhos ibero-americanos, através de financiamento coletivo e da Amazon, Thiago Modenesi afirma que as obras já têm um espaço destacado nas mídias e nos meios. O desafio agora é outro: como levar as HQs para a nova geração? “Antigamente, nós não tínhamos a presença de jogos eletrônicos e tecnologia, e os quadrinhos estão disputando com tudo isso. Temos que garantir o acesso deles à nova geração. Precisamos ir além, mesmo com a disputa com o Instagram e Youtube”, afirmou. 

Na opinião de Thiago a transformação de quadrinhos para a forma digital ainda não é uma realidade permanente no Brasil. Então, o conhecimento da leitura, a diversificação de conteúdos e a capacidade de ler e se divertir, mesmo que distante da tela do celular, tem que ser apresentada de geração em geração. “Temos que pensar uma forma de inserir a juventude e as crianças na leitura de quadrinhos e no gosto pelos quadrinhos. Esse é um dos grandes desafios do século XXI”, finalizou Thiago.

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