Contagem de passos de uma caminhada, monitoramento dos batimentos cardíacos e análise do sono. A tecnologia já tornou isso possível no dia a dia, graças a um pequeno dispositivo usado no pulso: o smartwatch. Mais que mostrar a hora, fazer e receber chamadas, usar o GPS, ver redes sociais, o relógio inteligente também pode monitorar a saúde de muita gente. Esse recurso despertou interesse da população e da comunidade científica, que comprovou sua eficácia.
Um estudo, feito em 2020 e que teve seus resultados divulgados em 20 de julho deste ano, mostra que o smartwatch ajudou na saúde de pessoas com doenças crônicas, principalmente hipertensão e diabetes, além de melhorar a situação de quem tem obesidade. Na pesquisa, realizada pelos doutores e pesquisadores Alexander Hodkinson, Evangelos Kontopantelis e Charles Adeniji e publicada no periódico científico JAMA Network Open, 38 adultos foram analisados de um total de 4.203 pacientes.
Atividades físicas
A análise comparou o uso do smartwatch no acompanhamento dos casos de pessoas com doenças crônicas. O primeiro resultado demonstrou que, apenas usar o relógio inteligente, fez crescer a vontade de praticar atividades físicas. Houve aumento significativo durante o período de 15 semanas do estudo. Esses pacientes que usaram o dispositivo e outros rastreadores da saúde também levaram a melhor em comparação às outras pessoas analisadas, que fizeram o tratamento tradicional, sem o uso de relógios e dispositivos. Neste caso, os usuários de smartwatches reduziram bem mais o nível de glicose no sangue, entre outras melhorias na saúde.
Os rastreadores que ofereciam ainda consultas com profissionais da saúde foram muito procurados e incentivavam ainda mais a prática de exercícios físicos, sendo os homens os mais beneficiados. O estudo mostra ainda que o recurso do dispositivo de pedômetro, ou seja, que conta os passos que uma pessoa caminha por dia, foi o motivador principal de melhorias na saúde. Isso porque o usuário passa a se atentar mais aos dados e começa a se movimentar, fazer caminhadas e outras atividades.
Os pesquisadores, após os resultados do estudo, planejam ainda como fazer para continuar a implantação de dispositivos tecnológicos para melhorar a saúde de pessoas em geral, assim como no tratamento de pacientes com doenças crônicas. Os exercícios físicos da população também devem evoluir. Eles viram que as atividades físicas podem permanecer em baixa em relação à meta estabelecida pelas organizações de saúde ao redor do mundo.
Dados podem resultar ações
Assim como para o dia, mercado, lazer e estudo, o professor do curso de Análise de Sistemas da Unit-PE, Aldo Moura, ressalta a importância dos recursos tecnológicos também para a saúde. “Aplicativos de celulares, por exemplo, podem coletar e armazenar informações sobre uma pessoa. Posteriormente, essas informações podem ser analisadas e ações podem ser sugeridas, podendo ser transmitidas a um profissional de saúde para uma análise mais qualificada”, contou o professor do curso de Análise de Sistemas da Unit-PE, Aldo Moura.
Segundo ele, a disseminação de tecnologia em grande escala democratiza o seu uso. Através dela, diversas atividades que demandam interferência humana podem ser realizadas sem a interferência presencial, o que agiliza temporalmente a atividade e permite que diversas ações ocorram em paralelo. É importante ressaltar que, mesmo com a ajuda da tecnologia, os médicos e profissionais da saúde devem ser consultados sempre.
Futuro
Em relação ao futuro tecnológico, o professor acredita que ainda haverá muitas transformações e evoluções. E com rapidez. “Com a velocidade que os avanços tecnológicos ocorrem, cada vez mais as atividades básicas recebem a atenção das empresas que desenvolvem tecnologias. A pandemia que estamos vivendo acelerou este processo, pois motivou que pessoas que antes não tinham tanta necessidade de usar tecnologia, passassem a usá-la”, observou Aldo.