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Rua do Bom Jesus: a 3ª mais linda do mundo

A via – que guarda história e cultura nas fachadas dos prédios coloridos e casas centenárias - chama atenção por seu charme, cor e preservação. Eleita pela revista americana Architetural Digest, é a única do Brasil a constar na lista

às 18h58
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Lá no Recife Antigo, imersa em uma região histórica, fica a Rua Bom Jesus, com prédios coloridos, casas centenárias e palmeiras. Com muita cultura e regionalidade, a rua está na lista das mais bonitas do mundo pela revista americana Architetural Digest, especializada em arquitetura e design. Junto de outras trinta e uma vias, a do Recife é a única representante do Brasil, ocupando a terceira colocação, e impressiona pelo seu caráter histórico e sua conservação. 

Na publicação feita pela revista, com o comentário “A rua colorida, ladeada por palmeiras altas, está repleta de história. Datada do século XV, esta rua continha a primeira sinagoga construída nas Américas, a Sinagoga Kahal Zur Israel. O prédio ainda está lá para os visitantes verem”. Ai ganhou grande destaque. Não só no Brasil, mas também mundialmente. 

O título de conter a primeira Sinagoga das Américas foi comprovado em 1999 e 2000, com escavações feitas pelo laboratório de Arqueologia da Universidade Federal de Pernambuco. Na pesquisa, foram achados pratos e jarras, além de um lugar conhecido como Mikváh, onde os judeus fazem rituais de imersão na água. Hoje, o prédio abriga o Centro Judaico de Pernambuco, o que simboliza a importância dos judeus na história da região, já que eles participaram da construção e ocupação do terreno.

Segundo a Fundação Joaquim Nabuco, a Rua do Bom Jesus é uma das mais importantes do Recife, já que é a mais antiga e histórica da cidade. Antes de ser a Bom Jesus, já foi chamada de diversos nomes. Um deles, Rua do Bode – durante o domínio holandês. Também já foi conhecida como Rua da Cruz, dos Judeus – por ser a preferida dos israelitas- e do Comércio. Só em 1870, o Instituto Arqueológico, Histórico e Geográfico Pernambucano sugeriu a troca do nome. Assim, o Conselho Municipal aprovou pelo nome atual, que provém do antigo arco Bom Jesus, que era situado no local.

Atualidade

Hoje em dia, a via – que liga o Marco Zero e a Praça do Arsenal – continua com seu charme e atrativos. Seu preservado conjunto arquitetônico colorido, antigos trilhos do bonde e casarões funcionam como uma mistura do passado e presente, com aspectos que formam a cultura do lugar. 

Entre suas atrações, a Feira do Bom Jesus é uma das mais tradicionais e movimentadas da região, vendendo produtos típicos do estado, comidas e artesanatos. Já na parte de monumentos, a estátua fixada na calçada em homenagem ao compositor e poeta pernambucano Antônio Maria (1921-1964) também tem destaque e é muito fotografada. 

O Museu do Frevo também recebe muitos visitantes, com itens culturais de Pernambuco, como a exposição dos bonecos de Olinda –famosos no Carnaval-, fotos antigas e documentos importantes.

Revitalização

Às vezes, a rua passa por renovações e melhorias nas construções para preservar os edifícios e continuar com a organização, sem alterar o valor histórico. Recentemente, ela foi pedestrianizada pela Prefeitura do Recife com o objetivo de melhorar a segurança e a passagem dos pedestres no local. 

A Rua do Bom Jesus também conta com um edifício de aparência “moderna”, em contraste com o resto dos prédios, o que gera polêmica de alteração na preservação. Porém, a revitalização com a arquitetura nova foi feita na década de 50, segundo o Instituto do Patrimônio Histórico Artístico Nacional (Iphan). Ou seja, antes do tombamento do bairro, oficializado em 1998. A partir dessa data, todos os edifícios da região têm que preservar a arquitetura e o design próprio, aspectos que honram o seu título de uma das ruas mais lindas do mundo.

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