Os conceitos representatividade e lugar de fala ganharam mais destaque nos últimos dois anos graças ao aumento de debates sobre inclusão e diversidade. Mas muitas pessoas têm dúvidas sobre o que significa cada um, principalmente como se posicionar com eles. Entenda:
Lugar de fala começou a ser difundido pela filósofa e professora Djamila Ribeiro, no seu livro “O que é lugar de fala?”. Nele, ela diz que nos discursos alguém é enunciador e precisa entender de onde vem a “voz” sobre determinado assunto. É sobre se posicionar e compreender diferentes pontos de vista, mas não se colocar como protagonista em temas que não se relacionem com a sua história de vida.
Por exemplo, um homem pode defender os direitos do feminismo, mas não se colocar como protagonista ou falar com propriedade de sentimento, porque ele não sabe o que é ser mulher na sociedade atual, nem sente na pele as lutas da classe. O mesmo significa em grupos que têm histórico de sofrer com o preconceito, como os indígenas e pessoas pretas.
Então, um antropólogo pode estudar e defender os indígenas, assim como um branco deve protestar contra o racismo, mas eles não devem falar como se tivesse vivência nos temas. O lugar de fala, então, serve para colocar foco em assuntos muitas vezes invisíveis na sociedade em geral, e abrir o debate de minorias em toda a sociedade.
Já representatividade é o termo que dá justamente o lugar de fala às minorias, assim, todos se tornam protagonistas no assunto. Focar na comunidade LGBTQIAP+ quando o assunto é as lutas diárias e enaltecer a mulher, seja ela branca, amarela, indígena, cis ou trans na discussão do feminismo.
Portanto, a representatividade é essencial para entender e difundir o lugar de fala, assim, as minorias conseguem ocupar ainda mais espaço na sociedade, com a discussão aprofundada de ideias e debates, resultando em maior compreensão e luta pela população em geral.