Inevitavelmente, as emergências psiquiátricas fazem e farão parte da atuação de profissionais da área da saúde em diversos contextos. Tratam-se de crises onde, na maioria das vezes, ocorre prejuízo grave do funcionamento geral da mente e o paciente encontra-se incompetente ou incapaz de assumir responsabilidades sobre si e/ou outros.
Um dos exemplos mais clássicos de pacientes encaminhados para emergências especializadas em psiquiatria são os pacientes com agitação psicomotora (APM), que é uma condição com elevação da atividade motora e cognitiva, geralmente improdutiva, apresentando comportamentos verbais e/ou motores exacerbados.
Geralmente, tais pacientes apresentam inquietação, irritabilidade, comportamentos inadequados, resposta aumentada a estímulos e podem proceder com agressividade. Mas é importante lembrar que as causas de APM são diversas e não são todas decorrentes de transtornos mentais, pois aí está um erro potencialmente fatal para o paciente. Também podem decorrer de quadros orgânicos/somáticos (doenças do corpo) e de doenças neurológicas, como acidente vascular encefálico (AVE) e epilepsia.
Infelizmente, ainda há muito preconceito e estigmas com pacientes psiquiátricos e isso pode comprometer os cuidados. Diante disso, esse tema é essencial para a formação de todo profissional da saúde, principalmente agora, com mais de dois anos de pandemia enfrentados, que evidenciam que a saúde mental é um aspecto que não pode ser ignorado. Uma formação completa e preparada para entender, diagnosticar e traçar uma conduta apropriada às emergências psiquiátricas e às especificidades de cada paciente.