Mesmo com a luta pela igualdade de direitos e inclusão social ganhando cada vez mais força, ainda existem aspectos dessa batalha que são muitas vezes deixados de lado, como o capacitismo, problema enfrentado pelas 18,6 milhões de Pessoas com Deficiência (PcD) no Brasil, de acordo com dados divulgados pelo IBGE e MDHC.
O capacitismo é o preconceito que denomina que pessoas com deficiência são inferiores àquelas sem deficiência, sendo tratadas como anormais, incapazes, em comparação com ao padrão imposto pela sociedade. Esse problema pode se manifestar desde estereótipos e preconceitos até políticas e práticas discriminatórias.
A exclusão social, a falta de acessibilidade e ainda as atitudes condescendentes e infantilizadoras são formas evidentes de capacitismo. Além dessas, existem as falas e expressões capacitistas disfarçadas de brincadeiras e que devem ser revistas no vocabulário, sendo algumas delas: “você deu uma mancada!”, “está cego/surdo?”, “retardado”, “nem parece que voce é PcD”, entre outras.
Infelizmente, tais aspectos geram consequências significativas para as pessoas com deficiência, tanto fisicamente, quanto mentalmente, podendo levá-las ao isolamento e prejudicando o acesso a empregos, serviços de saúde adequados e educação inclusiva. Devido ao estigma e à discriminação, a ansiedade e a depressão também podem ser desenvolvidas.
Como combater
Combater o capacitismo não é somente trabalho para as pessoas que sofrem com isso, deve ser uma responsabilidade coletiva. É fundamental o esforço mútuo para evitar o problema em nossas atitudes e linguagem.
- Estude sobre o assunto e informe-se sobre os direitos e as lutas dessas pessoas por igualdade e qual o papel das pessoas sem deficiência nesse contexto;
- Reconheça e respeite a autonomia das pessoas com deficiência. Evite tomar decisões por elas sem consentimento e sempre trate-as como indivíduos capazes de fazer suas próprias escolhas;
- Existem diversas organizações que trabalham em prol dos direitos das pessoas com deficiência. Apoie suas causas e participe de ações de conscientização;
- Incentive a representação adequada de pessoas com deficiência na mídia, na política, no seu trabalho e em outros setores da sociedade. Isso ajuda a desafiar estereótipos e promover a inclusão;
- Evite expressões capacitistas do vocabulário.