Um indivíduo de personalidade comum, sociável, que passaria despercebido no meio de uma multidão, e que aparentemente nunca sofreu de alterações psíquicas, de repente comete um grave desvio de conduta, como derrubar propositalmente um avião lotado de passageiros.
O exemplo acima, a respeito do acidente com o Airbus A320, da empresa Germanwings, que teria sido lançado nos Alpes Franceses, pelo co-piloto Andreas Lubitz, demonstra casos em que a neurociência atua analisando situações e motivações que levam pessoas a provocar atos danosos não a si mesmas, mas a toda uma sociedade.
A Neurociência é ao mesmo tempo complexa e interdisciplinar, por envolver outros campos como a educação, química, ciência da computação, engenharia, antropologia, linguística, matemática, medicina e disciplinas afins, como filosofia, física e psicologia.
Devido à tamanha propriedade e importância, a graduação em Biomedicina, da UNIT, realizou sua Aula Magna, nesta segunda (30), justamente apresentando “Os últimos avanços da neurociência”.
O evento foi aberto pelo coordenador do curso, prof. Emerson Araújo, e contou com as palavras do diretor-acadêmico, da UNIT, prof. Evandro Duarte de Sá e da diretora de Pesquisa do Grupo Tiradentes, profa. Ester Fraga Villas-Boas.
O convidado da noite foi o diretor do Centro de Neurociências e Biologia Celular da Universidade Tiradentes – Unit e da Universidade de Aveiro – Portugal, o professor visitante Hugo de Almeida que explicou os mais recentes estudos na área.
“Tenho participado de um estudo mundial sobre a violência humana em todos os contextos. Esta pesquisa pretende entender como é o processo que gera um ato de violência, através da investigação das zonas mais profundas do cérebro. Com isso, vamos poder definir se um desvio de conduta é ocasionado por alterações em estruturas que compõe o órgão”, detalhou o cientista.
Segundo o estudioso, a Neurociência é um dos ramos da biologia que mais tem possibilitado avanços em estudos recentes. “Seu escopo tem sido ampliado para incluir diferentes abordagens usadas para estudar os aspectos moleculares, celulares, de desenvolvimento, estruturais, funcionais, evolutivos e médicos do sistema nervoso”, salientou.
Avanços teóricos recentes na área têm sido auxiliados pelo estudo das redes neurais ou com apenas a concepção de circuitos (sistemas) e processamento de informações que tornam-se modelos de investigação com tecnologia biomédica e/ou clínica.
Além de professor e neurocientista, Hugo de Almeida possui Pós-Doutorado em Neurociências e atua como consultor e coordenador do projeto de Neurociências aplicadas da União Europeia e do Governo de Portugal, intitulado “A New Hospital Environment”, promovido pelos Hospitais da Universidade de Coimbra.
