ESTUDE NA UNIT
MENU

Menopausa é um processo natural, mas que merece atenção

O fenômeno traz diversos impactos para o corpo da mulher

às 14h46
Compartilhe:

A menopausa marca o fim da vida reprodutiva de uma mulher, com a última menstruação. Esse fenômeno acontece, de maneira geral, entre os 40 e 55 anos, mas é antecedido pela fase do climatério, em que já existe uma irregularidade menstrual e que pode durar até sete anos antes do ciclo cessar definitivamente. A menopausa ocorre quando chega ao fim a reserva de folículos da mulher. Ao nascer, cada uma delas já tem, em seu corpo, a quantidade de folículos (estruturas que abrigam os óvulos) determinada para toda a sua vida fértil. A partir da primeira menstruação (menarca), essa reserva vai sendo utilizada até a menopausa.

Início da menopausa

Com o fim da reserva de folículos, a mulher para de ovular. Como consequência, caem os níveis dos hormônios sexuais femininos (estrógeno e progesterona), o que causa diversos impactos no corpo da mulher. O principal efeito é a irregularidade do ciclo menstrual, que, segundo Andrea Raquel, professora de Medicina da Faculdade Tiradentes (Fits) — localizada em Goiana — é um dos primeiros sinais da menopausa. Ela destaca, no entanto, que apenas se determina a menopausa com um ano de fluxo menstrual irregular. De acordo com Andrea, essa irregularidade ocorre “devido à variação hormonal e à ovulação inconstante”.

Sintomas

Dentre os primeiros sinais da menopausa apontados pela professora, também estão fogachos (ondas de calor) e sudorese. Esse calor, que, segundo Andrea, pode estar relacionado aos baixos níveis de estrógeno, costuma vir no rosto, pescoço e parte superior do tronco, acompanhado de suor e vermelhidão, em episódios súbitos. A médica também menciona outros sintomas do início da menopausa, como distúrbios do sono, sintomas depressivos e transtornos de humor, como “irritabilidade, ansiedade, labilidade, melancolia, transtornos da libido e da sexualidade”.

Depois da fase inicial do processo, a menopausa traz outras consequências para o corpo feminino, conforme pontua Andrea. “A diminuição dos níveis de estrogênio pode ocasionar síndrome geniturinária da menopausa: atrofia da vulva, da vagina, perda do tecido adiposo dos grandes lábios, a pele torna-se fina e há rarefação dos pelos, a mucosa vagina tem menor lubrificação, a uretra pode tornar-se hiperemiada e proeminente”, explica. Além disso, há diminuição do colágeno, o que ocasiona afinamento da pele, flacidez e rugas, e também alterações ósseas e articulares. A professora também cita mudanças na distribuição da gordura corporal e aumento da prevalência da síndrome metabólica, que pode trazer problemas de pressão arterial e colesterol.

Complicações

Mesmo que a menopausa seja um processo natural do corpo feminino, Andrea destaca que algumas complicações podem surgir na saúde da mulher. A professora aponta o ressecamento vaginal e atrofia genital, que podem causar dor nas relações sexuais e infecções urinárias de repetição. “Um dos principais riscos da menopausa é a osteoporose, pois há diminuição dos níveis de estrogênio, levando ao aumento dos osteoclastos”, acrescenta. Os osteoclastos são células responsáveis pela reabsorção óssea (processo de desgaste dos ossos). Por isso, “a paciente experimenta aumento da perda óssea”, comenta Andrea. Por fim, a médica destaca o aumento de triglicerídeos e do LDL (colesterol ruim), e diminuição do HDL (colesterol bom).

Auxílio médico

Devido aos impactos que a menopausa traz para o corpo da mulher, Andrea indica que ajuda médica deve ser procurada. “O médico irá avaliar o estado geral clinicamente e solicitar exames complementares, como prova do progestagênio, ⁠FSH, TSH, lipidograma, glicemia, colpocitologia oncótica, mamografia e USG pélvica transvaginal, para avaliar endométrio”, ressalta. Além disso, o profissional deve orientar a paciente acerca de dieta, hábitos, prática de atividades físicas, além de avaliar a necessidade ou não da terapia hormonal.

Compartilhe: