A cada dois anos, um levantamento realizado pela Associação Brasileira de Mantenedoras de Ensino Superior (ABMES) traz um raio-x sobre o grau de empregabilidade no país de alunos que concluíram o curso. Na pesquisa feita ano passado, com dados de 2020, ainda na pandemia, cerca de 68% dos estudantes que responderam a pesquisa disseram estar trabalhando. Desses, 49% no setor privado e 9% no segmento público. Já 2% se tornaram empresários e 10% viraram profissional liberal por opção.
Já outros 29% que participaram da sondagem, que envolveu 20 questões, disseram estar buscando trabalho e 1% continua estudando. Este ano foi feita a pesquisa, que ainda está em apuração e terão dados divulgados em agosto. Entre as instituições de ensino de Pernambuco que aderiram ao estudo está o Centro Universitário Tiradentes (Unit-PE), que recebeu o Selo de Empregabilidade da ABMES pelos dados já contabilizados. Participaram 100 egressos dos cursos de Administração, Odontologia, Serviço Social e Enfermagem. Pelo menos 20% deles já estavam empregados em sua área de formação, quando a pesquisa foi realizada.
“É uma conquista, mas é também uma mostra da grande responsabilidade que temos na preparação dos futuros profissionais, em alinhamento com a dinâmica do mercado, mudanças nas profissões, no desenvolvimento das competências e com as novas formas de atuação”, avaliou o reitor de Unit-PE, Diogo Galvão.
Novas metodologias
Segundo ele, a partir deste semestre, começam a ser adotadas em cursos de Unit-PE, na Imbiribeira, metodologias ativas integradas com novas tecnologias para ajudar a atender alunos e professores para os novos desafios da atualidade. São ações que envolvem o aluno cada vez de modo prático conectado ao mercado de trabalho.
Trata-se da Aprendizagem Baseada em Projetos (ABP), desenvolvida no Século XX por pesquisadores norte-americanos e que consiste no ensino através do desenvolvimento de projetos práticos, que tenham relação com o conteúdo e que partem de problemas reais da comunidade.
Mais protagonismo
Na prática, o objetivo é fazer com que o aluno se torne um sujeito mais ativo e protagonista no processo de construção de sua trajetória profissional, interagindo e produzindo em equipe. E o professor seja uma espécie de tutor e não só repassador de conteúdo. “A melhoria dos processos, o preparo dos alunos para as novas profissões do mercado e as questões socioemocionais de alunos e de colegas são as demandas mais presentes entre os docentes”, observou o reitor de Unit-PE. É uma mudança de paradigma no ensino superior.