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Insegurança alimentar é motivo de preocupação no Brasil

15,5% da população passa fome no país, segundo levantamento

às 13h47
Insegurança alimentar é preocupante no Brasil
Insegurança alimentar é preocupante no Brasil
Closeup of black african child holding rotten apple.
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No Brasil, a fome, além de motivo de preocupação, gera insegurança. Segundo pesquisa, 15,5% da população está em condições ruins no setor da alimentação, o que prejudica mais de 30 milhões de brasileiros. 

Segundo pesquisa do VIGISAN – Inquérito Nacional sobre Insegurança Alimentar no Contexto da Pandemia da Covid-19, o número de pessoas em situação de insegurança alimentar – passando fome – dobrou em dois anos no Brasil. São 33,1 milhões de brasileiros nesse contexto, 14 milhões a mais, em comparação com o levantamento de 2020. 

O levantamento foi realizado pela Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional (Rede PENSSAN) entre novembro de 2021 e abril de 2022, em 12.745 domicílios de 577 municípios nos 26 estados e no Distrito Federal.

Ainda segundo a pesquisa, o Norte e o Nordeste são os estados que mais sofrem com a insegurança alimentar, com 71,6% e 68% de pessoas impactadas, respectivamente. No campo, 60% das residências rurais estão passando fome, assim como 65% dos lares chefiados por pessoas pretas ou pardas. Quando a chefe de família é a mulher, 19% das casas estão inseridas nos contextos – todos esses grupos são os mais afetados diretamente. 

“Nós tivemos uma regressão muito drástica. A cada 10 famílias, apenas 4 estão plenamente com segurança alimentar. Tivemos um retrocesso nos últimos três anos, e ficamos sem políticas públicas. Precisamos buscar formas de saída”, explicou Thiago Modenesi, historiador, cientista político e professor da Unit-PE. 

A pandemia, a falta de políticas públicas e a crise na economia, em decorrência de vários fatores, são razões da grande desigualdade na área da alimentação, gerando a insegurança alimentar, a fome, entre muitas famílias brasileiras. O economista Werson Kaval, que também é professor da Unit-PE, explica: “O Brasil é o 3° maior exportador de alimentos do mundo. É até estranho pensar como tem tanta gente passando fome no país. É um contraponto da esfera pública e sociedade civil, para saber quais caminhos tomar”, pontuou o economista.

Níveis – A insegurança alimentar é dividida em três níveis: a leve, em que a família tem incerteza em relação aos alimentos e sua qualidade; a moderada, com redução quantitativa e mudança no padrão de alimentação, e a grave, quando a fome vira realidade. 

Especialistas defendem que, para mudar esse quadro, é preciso investir em políticas públicas, mobilização do estado e da população e outras melhorias. “O poder público precisa garantir empregos e o poder de compra da população, com um planejamento estratégico”, avalia Werson Kaval.

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