Nascida em Petrolina, Patrícia Sabino é uma das alunas que tiveram a vida transformada pelo Centro Universitário Tiradentes (Unit-PE), localizado na Imbiribeira, ao lado do Geraldão. Recém-formada no curso de Enfermagem da instituição, ela concluiu sua graduação no segundo semestre de 2023 e colará grau no dia 15 de maio. “Ao longo da graduação, aproveitei tudo que a faculdade poderia proporcionar aos alunos na construção de um currículo acadêmico, como projetos de extensão, monitorias e Iniciação Científica”, conta.
Uma de suas produções acadêmicas foi o projeto de Iniciação Científica “Desafios enfrentados por Enfermeiros da Classificação de Risco por Emergência”, feito juntamente com mais quatro colegas de turma, que fala sobre a jornada diária desses profissionais. “Descrevemos os desafios de enfermeiros numa urgência, bem como, o acolhimento com classificação de risco, sendo uma ferramenta que visa diminuir a insatisfação do cliente e do profissional, pois agiliza o serviço, reconhece prioridades e proporciona os devidos encaminhamentos”, detalha.
Ela complementa que “na pesquisa, são elencados desafios como conflitos e dificuldades na operacionalização, carga de trabalho aumentada, devido ao grande fluxo de usuário e a escassez de sistema de referência e contrarreferência, falta de estrutura física, que provoca o acúmulo de pacientes e a superlotação do serviço”.
O seu empenho foi tão forte que Patrícia foi aprovada no Programa de Residência da Secretaria Estadual de Saúde (SES-PE) e está se especializando em Saúde Mental na Rede de Atenção Psicossocial, da Secretaria de Saúde do Recife (Sesau). “Conquistar uma vaga na residência foi uma quebra de barreira social, já que venho de uma família do interior do Estado que veio para a ‘cidade grande’ em busca de crescer através dos estudos”, afirma.
Nova fase
A enfermeira iniciou nesta nova fase de sua carreira no dia 1º de março e conta como vem sendo a experiência desde então: “Atuamos em diversos dispositivos da Rede de AT Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) em suas diferentes modalidades. O primeiro dispositivo que estou atuando é no CAPS Álcool e outras drogas. Estou tendo a oportunidade de cursar disciplinas do referido tema, bem como contribuir no acolhimento e participar de oficinas junto aos pacientes”.
Ela acrescenta que pôde perceber que as desigualdades sociais refletem na saúde mental dos pacientes. “A saúde mental dos pacientes possui relação com variados determinantes sociais, desta forma, sendo necessário que as políticas públicas funcionem de forma intersetorial”, observou.
Por fim, para ela, é preciso quebrar o estigma de que a enfermagem é apenas para cuidar do próximo. “Vai muito além. A Enfermagem é ciência, é gerência em saúde, é autônoma, é empreendedora e, principalmente, não é subordinada”, finaliza.