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Doação de órgãos cai 31% durante pandemia, no mundo

No Brasil, a baixa chega a 28% e a menor oferta é para pulmão, rim e coração. Os dados servem de alerta no Dia Nacional da Doação de Órgãos, comemorado hoje

às 18h43
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Um estudo publicado no jornal científico Lancet Public Health revelou que o número de transplantes de órgãos no mundo caiu 31% em 2020 – na primeira onda de covid-19 – em relação a 2019. Os dados foram levantados em 22 países apresentados em agosto deste ano, durante Congresso para Transplante de Órgãos da Sociedade Europeia (ESOT). No Brasil, a queda chegou a 28,9%, com maiores baixas nos procedimentos de pulmão (56,8%), rim (32,8%) e coração (27,4%). Segundo o levantamento, os casos de covid-19 motivaram a baixa no número de transplantes, já que os hospitais estavam lotados por causa da doença.

Os órgãos com maior queda na taxa de doação foram os transplantes de rins, por doadores vivos, com queda de 40%, em comparação a 2019. Outro em falta é o fígado, que reduziu oferta em 33% – também com pessoas vivas. Já em relação aos doadores falecidos, houve diminuição de 12% em transplantes de rim, 9% de fígado, 17% nos de pulmão e 5% de coração.

Em Pernambuco, 1.985 pessoas esperam por um órgão, segundo a Central de Transplantes do Estado. Entre janeiro e julho deste ano, houve 724 transplantes no Estado – aumento de quase 60%, em relação ao ano passado, quando foram realizadas 454 cirurgias, no mesmo período.

Menos doadores

Essa redução acende sinal de alerta à classe médica e pacientes, que precisam de um órgão para sobreviver, melhorar sobrevida ou realizar etapa de tratamento para renovar a qualidade de vida. As dificuldades enfrentadas pela população são diversas para se conseguir um órgão. Só no Brasil, no primeiro semestre de 2021, a taxa de doadores efetivos caiu 13%, com uma lista de espera por doações que chega a 50 mil pessoas, de acordo com a Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos (ABTO).

O estudante de Enfermagem na Unit-PE, Valmir Bezerra, vivencia essa necessidade de perto. Ele faz estágio supervisionado em hospital, na área de trauma. Mais precisamente na chamada sala vermelha – que tem um alto índice de óbitos por conta da gravidade da saúde dos pacientes. “A gente vê pacientes em morte cerebral, que são aptos para doar mas, infelizmente, algumas famílias têm tabu e resistem em doar os órgãos”, relata Valmir.

Conscientização

Para ele, o incentivo precisa ser constante e essencial, seja por meio de políticas públicas ou práticas com a sociedade. “Precisamos de mais trabalhos de conscientização acerca do tema. Existem muitas vidas dependendo de apenas um órgão e filas enormes aguardando doações. Fale para um amigo, um familiar. Ele precisa ser declarante, seja por meio de documento, ou a família estar ciente, que, em caso de morte, a pessoa deseja ser doador. Ajude a salvar uma vida!”, incentivou o estudante de enfermagem.

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