Após a morte, no mundo artístico, criam-se lendas com o passar do tempo, alguns artistas com obras incompreendidas em vida, passam a ser revisitados e interpretados talvez da forma que gostaria em sua era produtiva.
Alguns lendários viveram parte da vida de forma anônima ou até reconhecida sob críticas do meio em que se dedicam a criar, fato bastante comum por volta dos séculos 19 e 20, período que houve um ápice de produções artísticas das diversas áreas no Brasil e no mundo.
O pintor holandês do movimento pós-impressionista, Vincent Van Gogh, é um dos principais exemplos quando se fala em sucesso póstumo, o artista vendeu apenas um quadro em vida, a obra A Vinha Encarnada, repassada a um amigo por cerca de 400 francos, em 1888 marcou a vida do artista incompreendido.
No mundo da literatura, o escritor Lima Barreto foi um artista ignorado em vida. O artista negro criticava a burguesia em seus escritos, logo, a maior parcela alfabetizada da população e por consequencia, a que mais consumia obras literárias.
A luta dos artistas pelo reconhecimento começa desde muito cedo, não apenas em busca do retorno financeiro, mas sim para que seja atribuído valor a sua arte, técnicas e talento investidos.
Artistas visionários, como Van Gogh e Lima Barreto, têm uma percepção apurada da realidade e conseguem descrever de forma objetiva a realidade que foge do senso comum.
Na era da tecnologia o hype póstumo é um efeito comum, provocado também pela expansão da internet que leva a instantaneidade do click. A carreira da cantora Marília Mendonça, vítima de um acidente aéreo em 05 de outubro de 2021 marca um hype póstumo. A cantora desde os primeiros anos de carreira consolidou o título de ‘rainha da sofrência’ com hits que estavam facilmente da boca do povo, mas após a confirmação da fatalidade, as músicas da artista dispararam nas plataformas digitais atingindo recordes mundiais de reprodução, músicas com mais de 5 anos de lançamento subiram para o topo das paradas musicais.